Lavousier Machry
O Pioneiro
Canarana – MT foi palco do 1º Network Gergelim Brasil, no último dia 04 de dezembro, durante evento que reuniu mais de 500 pessoas do país todo, interessadas em conhecer e/ou aprofundar conhecimento sobre essa cultura que tem o município como capital nacional, com produção estimada de 150 mil hectares na safra 2024, conforme o Sindicato Rural local.
Uma das várias palestras do evento foi capitaneada pela Pesquisadora da Embrapa, Nair Castro, que falou um pouco sobre as oportunidades e desafios da cultura no Brasil. Em sua explanação, Castro trouxe dados sobre a produção mundial e nacional, bem como quem são as outras nações produtoras de gergelim ao redor do mundo.
Um dos dados apresentados, foi o de produção e área mundial. Sendo que no mundo são produzidas, em média, 7.178.140 toneladas de gergelim anualmente, cultivadas em 13.104.140 hectares. Se for levado em consideração que em Canarana, Capital Nacional do Gergelim, na safra 2024 foram cultivados 150 mil hectares e que a média de produção seja de 600kg por hectare, o município produz sozinho 90 mil toneladas ou, 1,25% do gergelim mundial/1,25kg a cada 100kg.
O evento em Canarana trouxe maior dimensão sobre o quanto o município se destaca na produção mundial do cultivo, bem como o tamanho do potencial que o gergelim tem de crescimento mercadológico. O assunto vem ganhando destaque no cenário do agronegócio nacional.
Presente no evento, Álvaro Ludwig, comercial em Querência – MT do Banco Multinacional Rabobank, disse que acredita que o evento foi o primeiro de muitos e que a instituição já atua com linhas específicas para a cultura; “Nossos produtos são adaptados para a realidade de cada produtor. E do tempo que acompanhamos, o gergelim vem trazendo bons resultados para os produtores, não só de Canarana, mas também da região. Então nós entendemos que é uma cultura pra se investir em segunda safra”, explica.
Uma empresa que marcou presença no evento, inclusive como patrocinadora, foi a Arbaza Alimentos. Leonir Balestreri Junior, sócio proprietário da empresa, explicou à redação do OPioneiro que “o gergelim deu certo na região porque o produtor precisava de uma alternativa para um clima que não é confiável e que faz ele perder dinheiro, as vezes, com culturas mais caras”. Para o empresário, que inclusive escolheu Canarana para morar, acredita na expansão do pulse para outros Estados, como Tocantins e norte de Goiás.
Em novembro deste ano, Brasil e a China assinaram um acordo histórico para exportação de gergelim. O país asiático, maior importador de gergelim do mundo, com participação de 36,2% nas importações globais, desembolsou US$ 1,53 bilhão somente em 2023 na compra deste produto.
Junior aponta, contudo, que o desafio é melhorar a visão do mercado externo para o esse produto brasileiro. “O nosso produto, apesar de ser muito bom, vem sendo desvalorizado, por exemplo, pelo mercado Indiano. Talvez essa hoje seja nossa principal bandeira. A gente vem tentando levantar a régua do produto brasileiro”.
O 1º Network Gergelim Brasil também contou com um painel com a participação de Avner Gordin, CEO da Earthbound Israel, que falou que consumo de gergelim aumentou muito no mundo e o Brasil tem condições de atender essa demanda. O gergelim é mais utilizado para óleo, tarrine e para pão. Para ele, o maior problema atual é ter sementes adaptadas para o Brasil.
O 1º Network gergelim Brasil também teve patrocínio da Síntese Agroscience, Atlas Agro, SMP158, Grains Susten, Concessionária Stara (Safras), Vence Tudo (Canarana Máquinas), Paris Agro e Clínica Integra. O evento contou ainda com apoio da Prefeitura Municipal e Sindicato Rural de Canarana.
