Viviane Petroli
Canal Rural
A safra 2023/24 de milho deverá ser 7,27% mais cara que a temporada 2022/23, que ainda está sendo plantada. O custo total para semear um hectare com o cereal em Mato Grosso está previsto em R$ 6.018,43. Somente as despesas com o custeio, que influencia diretamente no custo operacional efetivo (COE), apresentaram alta de 1,29%.
Os números referem-se ao custo de produção do milho alta tecnologia para a safra 2023/24, divulgados nesta segunda-feira (27). Na safra 2022/23, segundo levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os produtores estão desembolsando R$ 5.610,78 para semear um hectare.
As projeções quanto à área, produção e produtividade para o milho segunda safra 2023/24 ainda não foram divulgadas pelo Imea. Até o dia 24 de fevereiro, o estado já havia semeado 99,06% dos 7,42 milhões de hectares previstos para a safra 2022/23. As perspectivas apontam para uma produtividade de 104,29 sacas por hectare e uma produção recorde de 46,41 milhões de toneladas.
Defensivos e mão de obra puxam aumento no milho
As projeções de custeio para o ciclo 2023/24 são de R$ 3.363,14 por hectare, alta de 1,29% em relação aos R$ 3.320,97 da safra 2022/23. O aumento é puxado, principalmente, pelos defensivos agrícolas (+21,1%) e mão de obra (+49,5%).
O salto com custeio em defensivos previsto é de R$ 585,83 para R$ 709,96, enquanto mão de obra de R$ 83,05 para R$ 124,20 por hectare de uma safra para a outra.
No que tange à manutenção o salto é de R$ 109,97 para R$ 147,02 e arrendamento de R$ 208,66 para R$ 225,40.
De acordo com o Imea, em relação ao custeio com sementes as perspectivas apontam queda de R$ 670,53 na safra 2022/23 para R$ 641,08 por hectare na temporada 2023/24. Já fertilizantes de R$ 1.816,57 para R$ 1.475,35.
Em relação ao COE o salto é de 3,5%, aproximadamente, de R$ 4.420,62 para R$ 4.575,99.
Desembolso em relação à safra 2020/21 quase dobra
Ao se comparar com o valor desembolsado na safra 2020/21 para semear um hectare, observa-se que no ciclo 2024/23 o produtor de milho em Mato Grosso deverá pagar quase o dobro para plantar o mesmo hectare.
O salto no custo total é de R$ 3.378,06 para R$ 6.018,43. Somente em custeio o aumento é de R$ 1.738,34 para R$ 3.363,14, ou seja, cerca de 93,4% motivado, principalmente, pelos fertilizantes (R$ 735,63 para R$ 1.745,35).
Quanto ao COE o incremento em quatro safras é de aproximadamente 77%, de R$ 2.583,26 para R$ 4.575,99.
Custo do milho sobe na variação mensal de 2023
Dados divulgados pelo Imea, nesta segunda-feira (27) em seu boletim semanal, revelam que no comparativo com as perspectivas de janeiro para a safra 2023/24 o custeio apresentou uma leve alta de 0,17%.
“Por mais que em fevereiro de 2023 tenha havido uma retração no custo com defensivos em 1,58%, o custeio do cereal ficou maior devido à valorização nas despesas com fertilizantes em 0,89%. Apesar de ter apresentado um pequeno reajuste positivo, é importante destacar que os adubos são responsáveis por 49,86% do custeio, contra 21,11% dos defensivos”, traz o boletim.
O Imea pontua ainda que “No que se refere ao COE, o aumento foi de 0,39% em fevereiro ante a janeiro de 2023 e ficou estimado em R$ 4.575,99/ha. Essa alta está atrelada ao reajuste no custeio, além da valorização de 3,29% e 1,25% nos custos com arrendamento e pós-produção, respectivamente. Por fim, para que o produtor consiga cobrir seu COE da safra 2023/24 é necessário que negocie o seu milho a pelo menos R$ 43,88 a saca”.
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