João Pedro Donadel
Da Redação
Reportagem divulgada pela Agência Pública/Repórter Brasil nesta segunda-feira (7), mostra que a água que sai das torneiras de 763 cidades brasileiras conta com produtos químicos e radioativos.
Dentre elas estão Aragarças (GO) e Pontal do Araguaia (MT).
O estudo realizado entre 2018 e 2020 encontrou substâncias acima do limite em um de cada quatro municípios que fizeram os testes.
As informações podem ser consultadas por cidade no Mapa da Água, que destaca quais substâncias extrapolaram o limite e explica seus riscos. Os dados são resultados de testes feitos por empresas ou órgãos de abastecimento e enviados ao Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano), do Ministério da Saúde. Os testes são feitos após o tratamento e a maioria dessas substâncias não pode ser removida por filtros ou fervendo a água.
Nas cidades de Aragarças e Pontal do Araguaia foram encontradas duas substâncias. O cloreto de vinila, presente em ambos os municípios, e o trihalometanos total, presente na cidade goiana.
O cloreto de vinila é classificado como cancerígeno para o ser humano pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde (OMS), com base em estudos que mostraram que essa substância causa câncer de fígado. O seu principal uso é na produção da resina policloreto de vinila (PVC) na fabricação de tubos e outros plásticos.
Já os trihalometanos são um grupo de compostos químicos e orgânicos que derivam do metano. Ele inclui substâncias como o clorofórmio, também classificado como possivelmente cancerígeno pela IARC.
A exposição oral prolongada a esta substância pode produzir efeitos no fígado, rins e sangue. Os trihalometanos são utilizados como solvente em vários produtos (vernizes, ceras, gorduras, óleos, graxas), agente de limpeza a seco, anestésico, em extintores de incêndio, intermediário na fabricação de corantes, agrotóxicos e como fumigante para grãos. Alguns países proíbem o uso de clorofórmio como anestésico, medicamentos e cosméticos.
Outras cidades da região também contam com dados alarmantes, como Confresa, Campinápolis e Alto Garças. Já os dados das cidades de Barra do Garças, Canarana e Querência apontam que as substâncias encontradas estavam dentro do limite de segurança.
Os casos que estão dentro do limite de segurança não ultrapassaram a concentração máxima permitida pelo Ministério da Saúde. Ou seja, estão abaixo da concentração a partir da qual a substância passa a gerar risco.
Especialistas estão pesquisando sobre possíveis riscos oferecidos pela mistura de diferentes substâncias na água, mesmo que todas estejam dentro do limite. A Europa já fixou um limite para a soma de substâncias. Isso ainda não existe no Brasil.
A reportagem completa pode ser encontrada neste link.
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Secom BG
