Extinção da Secretaria de Cultura gera revolta em Barra do Garças

Reprodução

Da Redação

O início do segundo mandato do prefeito Adilson Gonçalves (União) em Barra do Garças enfrenta uma polêmica inesperada, fruto da A recente reforma administrativa efetivada em governo. A fusão da Secretaria Municipal de Cultura com a Secretaria de Turismo que foi anunciada em 1º de janeiro de 2025, gerou surpresa e revolta entre agentes culturais, artistas, estudantes e entidades ligadas à cultura local.

Segundo representantes do setor, a administração anterior (Adilson I), foi marcada por avanços significativos na área cultural, incluindo projetos de capacitação e captação de recursos em níveis federal e estadual, além de editais municipais que dinamizaram a produção cultural da região.

Essa notícia, resultou em reunião ontem (3) dos membros do setor cultural em Barra Garças, que posteriormente emitiram uma Carta Aberta ao Prefeito. O documento cita, entre outros fatos, a criação da Secretaria Municipal de Cultura, criada em 2004 pela Lei 079, que eles consideram uma conquista histórica da comunidade.

A carta relata que todos os prefeitos anteriores mantiveram a pasta ativa, consolidando-a como um pilar da administração pública local. O presidente da Academia de Letras e Cultura e Artes do Centro-Oeste, Divino Arbués então secretário de Cultura em 2006, foi apontada como um marco, com a recuperação e inauguração da sede própria da Secretaria, uma das poucas no município com essa conquista.

Para os representantes culturais, a fusão representa um retrocesso em todos os aspectos. Eles destacam que a medida foi tomada sem consulta à comunidade e sem um diálogo aberto com os segmentos afetados, o que contradiz o perfil participativo que marcou o primeiro mandato do prefeito. “Essa decisão é antidemocrática e prejudicial. Uma gestão eficiente tanto da cultura quanto do turismo exige estruturas independentes e alinhadas com as políticas estaduais e federais, onde essas pastas são separadas”, pontua um dos representantes do movimento contrário à fusão.

Outro ponto levantado pelos críticos é a justificativa financeira apresentada pela prefeitura. Segundo eles, o argumento de economia com a fusão não se sustenta, já que a despesa com o salário de um secretário é insignificante diante do prejuízo em termos de captação de recursos e representação política que a extinção da pasta pode acarretar. “A estrutura administrativa será mantida, com todos os funcionários em seus cargos, mas sem a autonomia necessária para buscar recursos e fomentar projetos”, afirmam.

Há ainda preocupação com a indicação de Wendel Lopes, novo secretário, que, segundo os críticos, não possui histórico de envolvimento com a cultura local. “Não temos nada contra a pessoa indicada, mas trata-se de uma figura alheia às lutas da comunidade cultural de Barra do Garças. Não representa nossos interesses”, reforçam.

Enquanto isso, os agentes culturais prometem mobilização e a realização de atos públicos para sensibilizar a população e pressionar o poder público a recuar da decisão. A luta agora é para que a cultura continue a ter seu espaço garantido e valorizado na estrutura administrativa de Barra do Garças.

VEJA ABAIXO A ÍNTEGRA DA CARTA ABERTA AO PREFEITO.