Giordano Tomaselli
Do Mídia News
O empresário do agronegócio Odílio Balbinotti Filho publicou em suas redes sociais um vídeo classificando como um “absurdo” o veto da rede francesa Carrefour à compra de carne do Mercosul, bloco econômico que inclui o Brasil.
Pretenso candidato ao Governo de Mato Grosso na eleição de 2026, Balbinotti chamou a pecuária da União Europeia (UE) de “ineficiente” e defendeu que o veto é uma hipocrisia, pois penalizaria o meio ambiente.
“Um absurdo essa posição do presidente do Carrefour que no Brasil também detém a marca Atacadão, que propôs um boicote a compra de carne do Mercosul. Uma tentativa desesperada de proteger uma pecuária ineficiente que é praticada atualmente na Europa”, disse.
“Uma hipocrisia, pois ao defender a ineficiência, penaliza o meio ambiente, tão defendido pelo governo francês”, completou.
Segundo Balbinotti, esse mercado não o terá mais como um cliente, sugerindo que boicotará a rede francesa. Mato Grosso tem o maior rebanho bovino do país e pode ser atingido com essa medida caso outras redes resolvam seguir o mesmo caminho e boicotem a carne ou produtos produzidos pelos países do Mercosul.
Nesta semana, o governador Mauro Mendes (União) também sugeriu que os brasileiros apliquem a “lei da reciprocidade” e boicotem o Carrefour e a rede supermercados Atacadão.
O veto vem repercutindo entre autoridades e no setor do Agronegócio desde que foi anunciado, em uma declaração do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, nesta quarta (20) na rede social X. Ele disse que a rede francesa se compromete a não vender a seus clientes carnes de origem do Mercosul, bloco que é formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Em nota à imprensa, o Carrefour França informou que a medida anunciada se aplica apenas às lojas na França e que em nenhum momento ela se refere à qualidade do produto do Mercosul, mas somente a uma demanda do setor agrícola francês, atualmente em um contexto de crise.
O setor agrícola francês já realizou diversos protestos contra um acordo de comércio entre Mercosul e União Europeia e a França é o principal opositor do texto, que prejudica sua produção rural, o que faz com que o acordo não tenha sido fechado até hoje, mesmo após mais de duas década de discussões.