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OPINIÃO Sexta-feira, 17 de Março de 2023, 08:34 - A | A

17 de Março de 2023, 08h:34 - A | A

OPINIÃO / RICARDO AUGUSTO DE OLIVEIRA

Escola e racismo



Notícia recente: “Aluno entrega esponja de ação como presente a professora negra no dia da mulher” – o caso se deu em uma escola do Distrito Federal, sim, aqui no Brasil, neste lindo ano de 2023. Busque esta notícia para saber mais.

Até quando iremos viver este tipo de situação? Ainda que o autor não tenha intenção de agir com preconceito (pois o caso não foi julgado e o aluno ainda pode provar sua inocência), entregar uma esponja de aço embrulhado como presente a uma mulher negra de cabelo enrolado, não é nada cortês, e pode ser sim interpretado como um ato de racismo, uma agressão a imagem da mulher, ou no mínimo uma brincadeira que não se deve ser aceito nos dias de hoje.

Mas não é do caso em particular que eu quero falar. Não vim julgar o garoto, talvez não tenha tido a intenção mesmo, espero mesmo que não. Venho falar do papel da escola neste fazer de orientar os jovens e a sociedade para que casos como este ou piores não se repitam. E acredite, não custará quase nada tanto em recursos financeiros como em esforço de trabalho.

Quero sugerir às escolas de todo Brasil, a atuar de maneira firme no processo educativo, para de fato contribuir com a redução do preconceito no país ao longo dos anos, a iniciar de hoje, sim, ano de 2023.

A proposta é simples, e vai muito além de fazer cartazes de conscientização (que é sim uma ação de grande importância); proponho que as disciplinas envolvam os alunos em atividades de pesquisas que tragam ao conhecimento personalidades, situações, fatos, que contribuam para a luta.

Já pensou em trabalhar estatística com os casos de racismo nas escolas? Fazer um rol de casos de violência contra mulher na sua cidade, em seu estado, nas escolas públicas da região?

Já pensou em uma aula de geografia e de história integrada que explorem a cultura, os desafios enfrentados pela população negra e pelas mulheres aí perto de você? Os grupos de apoio e as ONGs que existem, os trabalhos que realizam?

Já pensou em trabalho de artes e português, valorizando personagens e produções artísticas, mostrando as grandes contribuições que eles trouxeram à população brasileira?

Podemos ir muito além, e após trabalhar isso durante o ano com interdisciplinaridade, realizar um grande evento em toda cidade para expor a população estes trabalhos.

Chame o prefeito ou a prefeita e consiga apoio para isso. Será com trabalhos assim que em questão de poucos anos teremos a redução tão desejada nos temas racismo e violência contra mulher.

Pense nisso, pois, infelizmente, Mato Grosso ainda tem cidades extremamente racistas, e com alto índice de violência contra mulher.

Me ajude a mudar isso!

Contribua com essa luta!

Leve esta ideia a seu secretário municipal de educação.

E que Deus te abençoe.

*Ricardo Augusto de Oliveira é servidor público da educação de Mato Grosso.

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