BARRA DO GARÇAS 00:00:00 Sexta-feira, 06 de Dezembro de 2024

OPINIÃO Quinta-feira, 16 de Fevereiro de 2023, 12:14 - A | A

16 de Fevereiro de 2023, 12h:14 - A | A

OPINIÃO / VANESSA MORAES

Exposição a fontes sonoras no Carnaval



O período carnavalesco chegou. Porém, no meio desse universo de alegria, cores e música, um detalhe pode trazer problemas à saúde auditiva dos foliões.

A música alta em excesso dos trios elétricos, baterias de escolas de samba, entre outros, pode comprometer seriamente a audição.Os riscos aumentam tanto para os que curtem a folia quanto para todos os que trabalham nos palcos e trios elétricos, sem falar dos ritmistas das escolas de samba.

Especialistas alertam que há risco da perda auditiva piorar com a exposição a ruídos altos por longos períodos.

Uma das principais causas de perda de audição é a exposição prolongada a sons muito altos acarretando em danos irreversíveis aos ouvidos. Muitas vezes, não percebemos que já estamos com perda auditiva e ela só tende a aumentar com o passar dos anos.

Qualquer pessoa que permanecer próxima a sons muito altos está sujeita a sofrer um dano auditivo, que pode ser temporário ou permanente. No caso das crianças, os cuidados devem ser redobrados.

O barulho gera irritação, choro e elas podem sentir um forte zumbido no ouvido sem que os pais nem ao menos percebam.

O nível máximo de exposição suportável recomendado pela Organização Mundial de Saúde para o ouvido humano é de até 85 decibéis. Para se ter uma ideia comparativa, a turbina de um avião a jato na pista produz até 140 dB de ruído. A bateria de uma escola de samba pode produzir até 110 dB, o que piora quando em locais fechados como durante os ensaios em suas quadras.

Os números são assustadores: 466 milhões de pessoas no mundo sofrem com problemas auditivos, sendo que 34 milhões delas são crianças e 900 milhões de pessoas terão problemas auditivos até 2050.

Quem brinca a 50 metros de um trio elétrico está exposto a um ruído de 96 decibéis, e quem fica logo atrás do trio enfrenta um barulho ainda maior, que pode chegar a 120 decibéis, intensidade próxima a de uma turbina de avião.

Os integrantes da bateria de uma escola de samba não têm noção mas também estão às voltas com ruídos de até 110 decibéis; lembrando que o ouvido humano suporta, bem, sons de até 85 decibéis.

Por causa da intensidade do som, as pessoas podem ter a sensação de pressão nos ouvidos, zumbido e dificuldades para ouvir, no próprio dia ou no dia posterior à folia. Mesmo que esses sintomas desapareçam nos dias posteriores, as células auditivas podem ter sido lesionadas. A perda de audição tem efeito acumulativo.

Ao longo da vida, se a pessoa frequentar outros ambientes barulhentos, a situação pode se agravar. As lesões podem ser irreversíveis, já que o organismo não produz novas células auditivas saudáveis, ocasionando assim dificuldades para ouvir ainda na fase adulta.

Para quem quer se esbaldar em blocos, bailes e trios elétricos, é recomendado:

Não fique direto exposto ao som muito alto por longos períodos. Faça pausas regulares em ambientes menos ruidosos a cada meia hora. Se sentir zumbido no ouvido, talvez seja hora de parar;

Mantenha-se a uma distância de pelo menos 10 metros das fontes emissoras de som;

Use protetores auriculares para reduzir o barulho. Isso vale para adultos e crianças;

É recomendado não permanecer próximo dos equipamentos de som, principalmente no caso de bebês e crianças menores;

No caso de crianças e adolescentes, pergunte se estão com algum barulho ou incômodo no ouvido após a exposição à música alta. Se o sintoma persistir procure um otorrinolaringologista para fazer uma avaliação;

Os usuários de aparelhos auditivos devem lembrar de reduzir o volume do seu dispositivo para evitar mais danos à sua audição.

Proteja-se no carnaval!

*Vanessa Moraes é fonoaudióloga e audiologista.

Entre no grupo do Semana7 no WhatsApp e receba notícias em tempo real (Clique AQUI).

Câmara-BG

 



Comente esta notícia