Do Gazeta Digital
Sete meses depois de ter sido solto pela Justiça, estuprador em série, condenado a penas que superam 121 anos de reclusão, ainda não é monitorado por tornozeleira eletrônica. O ex-soldado da Polícia Militar Michel Lojor de Lima, 46, foi beneficiado pelo regime semiaberto em 20 de abril, em decisão do juiz Renato José de Almeida Costa Filho, de Chapada dos Guimarães (67 km ao norte).
Mas somente na noite da última terça-feira (28) o juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da 2ª Vara Criminal da Capital, determinou que Lojor compareça à Central de Monitoramento para instalação da tornozeleira, no prazo de 24 horas. Ainda determinou que o ex-policial seja submetido, com urgência, a exame criminológico junto à Perícia Oficial e Identificação Técnica do Estado (Politec).
Na edição do dia 30 de abril, o Jornal A Gazeta publicou, com exclusividade, matéria sobre a progressão de regime do predador sexual, preso em 2006 e reconhecido pelo ataque a pelo menos 11 mulheres, inclusive uma menor, que foram estupradas e roubadas. Na época dos crimes, ele atuava como policial militar e foi preso em flagrante, logo após o último ataque. Ele era caçado pelas forças policiais da Capital, que tinham inclusive um retrato falado do suspeito que atuava principalmente na região do bairro Morada da Serra.
Na época da publicação da matéria, tanto o magistrado como a promotora da de Chapada dos Guimarães foram procurados pela reportagem, por meio das assessorias, mas não se pronunciaram, alegando que a ação estava em sigilo. Na decisão da progressão, o magistrado Renato Costa Filho informou que Lojor seria monitorado por tornozeleira, tão logo deixasse a cadeia Pública de Chapada dos Guimarães.
Quanto à exigência de exame criminológico, justificou a não realização pelo fato de ter deixado de ser obrigatório, reforçando existência de “atestado de conduta carcerária favorável sem a comunicação de qualquer intercorrência durante o período em que cumpre a pena no atual regime fechado”. No entanto, determinou que o ex-PM fosse submetido ao exame criminológico após sua soltura, a ser agendado no prazo de 30 dias, o que não aconteceu.
O endereço fornecido para a Justiça pelo preso em regime semiaberto é de um condomínio, no bairro Bela Vista, na Capital. Os 11 ataques sexuais e roubos pelos quais Lojor foi sentenciado ocorreram entre 25 de junho e 6 de novembro de 2006, data em que o soldado, na época com 27 anos, foi preso. Ele usava uma motocicleta Honda preta e um veículo Pálio de cor verde para abordar as vítimas.
Depois de ameaçá-las com a arma de fogo, as levava para locais isolados, onde eram estupradas. Quatro delas, além de serem violentadas, foram roubadas. Os crimes aconteceram, em sua maioria, na região do bairro Morada da Serra, onde ele residia. As vítimas possuíam um biotipo similar. Eram mulheres pequenas, com pouco seio e cabelos compridos.