Leonardo Heitor
Folhamax
O deputado federal José Medeiros (Podemos) disse que o tráfico de drogas irá assumir o comando de cassinos no Brasil, caso os jogos de azar sejam liberados no país. A afirmação foi feita em uma entrevista do parlamentar à Rádio Capital, na manhã de quarta-feira (16), quando questionado sobre a possibilidade da votação do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, na Câmara dos Deputados.
O projeto que prevê a regulamentação dos jogos de azar no Brasil tramita na Câmara dos Deputados desde 1991. A matéria propõe a legalização de todas as modalidades de jogos, como cassinos integrados em resorts, cassinos urbanos, jogo do bicho, apostas esportivas, bingos, jogos de habilidade e corridas de cavalos. As licenças serão concedidas, de acordo com o texto, por meio de leilões, e os jogos serão fiscalizados por um órgão regulador e supervisor federal.
“Esse marco regulatório, na verdade, é a liberação dos jogos de azar em todo o país. No momento que autorizar isso aí, vai virar uma festa. O que acontece é que Mato Grosso é um corredor de tráfico de drogas, praticamente uma via expressa. Só a Polícia Rodoviária Federal, de 2019 até hoje, apreendeu 30 toneladas de concentrado de cocaína, que é a droga em estado puro que tem seu peso triplicado depois. Esse povo lava esse dinheiro em lugares como concessionárias, por exemplo. Quando fizerem esses cassinos, eles serão transformados em verdadeiras lavanderias”, afirmou Medeiros.
Medeiros foi questionado sobre como a importância dos cassinos em algumas regiões onde ele é liberado e regulamentado, como Las Vegas, nos Estados Unidos. O deputado explicou que teme pelo não cumprimento das leis por parte dos proprietários num futuro próximo, por conta do poderio financeiro e político aos quais eles poderiam deter. Para o parlamentar, grandes traficantes passarão a comandar também este nicho de mercado.
“Logo mais teremos uma bancada estadual e uma federal dos cassinos, onde o tráfico irá entrar nestes estabelecimentos e dominar tudo. Tenho certeza que o benefício que se é apregoado não compensa o custo que a sociedade irá pagar. Somos um país que não alcançou a maturidade onde a lei é válida para todos, o que é grave. Quando se chega a um certo patamar de dinheiro ou representação política, não se é mais necessário cumprir a lei. O problema é que no momento que tivermos cassinos aqui, quem irá mandar é o tráfico”, disse.
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Secom | BG
