Robson Fraga
Assessoria
O avanço da soja sobre as cabeceiras do rio Cuiabazinho é latente e precisa ser barrado sob o risco de danos irrecuperáveis ao meio ambiente”. Esta foi uma das constatações do deputado estadual Wilson Santos durante visita as cabeceiras do rio, na divisa entre os municípios de Nobres e Rosário Oeste, no último sábado (4).
O parlamentar esteve na Serra Azul, onde o "avanço da sojicultura em direção às águas é assustador”, o que deixa claro o risco de poluição das águas.
“Só no município de Rosário já foram plantados 100 mil hectares de soja e a previsão da prefeitura é que a cultura chegue a 300 mil hectares, próximo a cabeceira Cuiabá do Bonito, um dos formadores do rio Cuiabazinho. Se a agricultura avançar teremos danos irreversíveis”, explicou Wilson Santos.
Outra cabeceira encontrada na região é a Cuiabá da Larga, que também corre riscos. É a nascente mais alta do Rio Cuiabá e está a 734 metros de altitude, em Rosário Oeste.
“Essas águas vão percorrer cerca de 120 km pelo Cuiabazinho até encontrar com o rio Manso e juntas formarem o rio Cuiabá, imenso com seus 980 km. Precisamos preservar as cabeceiras do nosso maior patrimônio natural e isso passa pela preservação das matas ciliares e da garantia de proteção contra a agricultura e a pecuária. O Cuiabá já tem muitos problemas a serem resolvidos e não queremos perder suas cabeceiras pela ação inescrupulosa de pessoas que só pensam no capital”, disse o deputado.
O professor-doutor Francisco de Arruda Machado, conhecido como Chico Peixe por conta de seu trabalho em defesa dos peixes e do meio ambiente, acompanhou as visitas e chamou a atenção para a importância da recuperação da vegetação natural.
“Minha visão remonta de uma importância primária e fundamental para a sobrevivência do Rio Cuiabá. É preciso promover a urgente recuperação da mata ciliar dos pequenos olhos de água; evitar que plantios de monocultura e pastos sejam efetivados nas proximidades dos dois mais importantes cursos de água que recebem as águas dessas nascentes, o Cuiabá da Larga e o Cuiabá do Bonito”, explicou.
“Essa região alta que abriga as nascentes não mais podem receber esses tipos de uso porque o rio Cuiabá não tem aquífero para sustentá-lo, dependendo de toda a água das cabeceiras que convergem para ele, principalmente a de origem da época das chuvas”, completou.
“Precisamos cuidar dos nossos rios. Não temos na Baixada Cuiabana um grande aquífero de um mar de água doce subterrâneo. O que nos resta são as poucas águas de superfície. Precisamos proteger as nascentes e cuidar dos nossos rios. Temos poucas águas e precisamos delas. A consciência de cada um de nós é fundamental”, completou Wilson Santos.
Assessoria
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