Emily Tinan
da Redação
Circula nas redes sociais uma carta assinada pelos “empresários do município de Barra do Garças”. Nela são feitas críticas ao decreto Estadual, no qual, suas medidas foram adotadas pelo prefeito Adilson Macedo (PSD), com intuito de diminuir os casos de Covid-19. O texto que não possuí nenhuma assinatura de entidades comerciais, foi desmentido pelo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Barra do Garças, Aragarças e Pontal do Araguaia (CDL), Leonardo Carvalho.
Segundo o presidente, a informação é falsa e se trata de uma “corrente de WhatsApp, onde alguma pessoa faz uma cópia do texto, mudando apenas a data, a cidade, o nome do prefeito e saí disparando essa informação em diversos grupos do aplicativo”, disse.
No texto, os supostos empresários afirmam que vão descumprir as medidas do decreto e pedem para as autoridades adotarem o que chamam de “tratamento precoce”, no qual se trata do uso de remédios não comprovados cientificamente para combater o novo coronavírus.
Confira abaixo a carta completa:
“ABERTA DOS EMPRESÁRIOS DO MUNICÍPIO DE BARRA DO GARÇAS MT, AO nosso PREFEITO Municipal DR. ADILSON GONÇALVES DE MACEDO"
Informarmos que a partir do dia 22 de março de 2021, não aceitaremos e muito menos seguiremos qualquer decreto que impeça qualquer pessoa no Município de BARRA DO GARÇAS, de exercer seu Direito Constitucional da Livre Iniciativa (Art. 1o, IV, CF e Art. 170, CF).
Qualquer novo decreto que impeça o trabalho irá comprometer outro Direito Constitucional, o da Dignidade da Pessoa Humana (Art. 1o, III, CF) seja para Empresários, Colaboradores, Funcionários Públicos, Aposentados e outros, pois, além de inviabilizar a continuidade de atividades, demissão em massa, quem tem seus proventos sofrerá com enorme redução em virtude da inflação no preço dos produtos.
Pedimos que o Sr. Prefeito, Vereadores (as) e Comitê de Contingência que esqueçam a política e adotem o TRATAMENTO PRECOCE, transparência da vacinação e verbas, façam investimentos na área da saúde, aumento de leitos, insumos, estoque de medicamentos, EPIs, dentre outros que garantam atendimento médico a todos, bem como a fiscalização contínua de festas clandestinas, churrascos e aglomerações.
Reiteramos que Distanciamento Social não é sinônimo de Proibição do Trabalho e Fechamento de Atividades, tendo em vista que 90% do comércio e serviços do Município não possuem aglomerações, devido a crise financeira. Dentro das lojas do centro, praças ou bairros, são raras as que possuem vários compradores simultâneos e as que possuem, devem controlar os acessos.
Por fim, reiteramos ao Sr. Prefeito, que não iremos seguir qualquer decreto que impeça o trabalho a partir do dia 22 do mês de março de 2021 e pede que não sejam editados decretos neste sentido, pois a abertura não será uma opção do SR. Prefeito, mas do povo de BARRA DO GARÇAS contra os decretos e a fiscalização, ante a situação, iremos praticar a legítima defesa (Art. 25 do Código Penal), pois estaremos defendendo nossas famílias, nossos amigos, nossos colaboradores, todo cidadão.
Pedimos diálogo, honestidade, bom senso e que afastem-se do espectro político, permitindo o povo trabalhar, para que evitemos enfrentamentos desnecessários que possam causar danos, quaisquer que sejam entre quem precisa trabalhar e agente da administração pública, seja na legislação, ou fiscalização.
*Queremos a paz, saúde com vacina e mais leitos e hospitais e acima de tudo, que todos sejam livres. Atenciosamente, Empresários de BARRA DO GARÇAS - MT.
Texto compartilhado no WhatsApp
Falso
A informação analisada que vem circulando nas redes sociais de forma adaptada para várias cidades do país é falsa, sendo que o conteúdo compartilhado pelo WhatsApp sempre é o mesmo. A origem da carta é desconhecida, mas vem se alastrando devido às medidas adotadas pelos governadores para amenizar os efeitos da pandemia da Covid-19.
Ainda conforme Leonardo, não existe nenhum movimento organizado neste sentindo no município e reitera que a CDL não encoraja qualquer desrespeito a legislação. “O texto apresenta todos os sinais típicos da Fake News, sendo usados termos genéricos que não se aplicam a esse momento”, explica.