BARRA DO GARÇAS 00:00:00 Quinta-feira, 08 de Maio de 2025

06 de Julho de 2020, 14h:11 - A | A

GERAL & ECONOMIA / Rio Sepotuba

Bióloga da UFMT explica motivo dos ataques de ariranhas a banhistas

A coordenadora do Museu de História Natural do Araguaia (MuHNA/UFMT), Márcia Pascotto, diz que registros de ataques causados pela espécie são raros.

Andrezza Dias
Da Redação



Reprodução

ataque ariranha

Mulher foi atacada e ficou gravemente ferida em Tangará da Serra.

Nos últimos 15 dias, duas famílias foram atacadas por ariranhas no Rio Sepotuba, em Tangará da Serra (a 240 km de Cuiabá).  As vítimas tiveram ferimentos graves nas pernas, pés e outras partes do corpo. Ataques de ariranhas não são comuns, no entanto elas costumam ser agressivas quando se sentem ameaçadas.

O caso mais recente ocorreu na quinta-feira (2), após uma família de São Paulo ir para o município visitar parentes em Tangará da Serra. Ao ver a esposa sendo atacada pelos animais, o marido pulou no rio para ajudá-la e também foi ferido.

Já o primeiro caso foi registrado há duas semanas, quando uma criança também foi mordida várias vezes pelas ariranhas e teve lesões graves.

Ambos os incidentes aconteceram no Rio Sepotuba, próximo ao assentamento Antônio Conselheiro. Os banhistas foram socorridos por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que os levou para uma unidade de saúde.  

Em entrevista ao Semana7, a bióloga e coordenadora do Museu de História Natural do Araguaia (MuHna/UFMT), Márcia Cristina Pascotto, disse que as ariranhas vivem em grupos e são muito territorialistas. Cada grupo pode defender uma região de cerca de 10 a 30 km de extensão, o que pode explicar os ataques no mesmo rio.

Conhecidos pela valentia, esses mamíferos de água doce enfrentam até onças para proteger a espécie. Para Márcia, essa é a principal explicação para os ataques. “As ariranhas têm filhotes no início da estação seca, eles nascem entre agosto e setembro. Então, provavelmente havia alguma fêmea gestante no grupo e como elas são muito sociais acabam atuando junto e defendendo seu território”, esclarece.

Márcia ressalta que ataques de ariranhas a banhistas são raros e como houve duas situações no mesmo rio, alerta que as pessoas devem tomar cuidado por ser o local onde os animais se reproduzem.

Comente esta notícia