João Pedro Donadel
Da Redação
O Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Campus Barra do Garças, completa em abril nove anos de seu funcionamento efetivo. Sediado na antiga Escola Agrícola Municipal, doada pelo poder público de Barra do Garças, a obra de sua nova estrutura está parada desde que foi anunciada a abertura do campus na cidade, em 2010.
A empresa LL Engenharia, ganhadora do processo licitatório à época, realizou parte da estruturação do prédio e depois entrou em processo de falência, abandonando a obra e fazendo com que a gestão do IFMT Barra do Garças entrasse na justiça. Foram gastos cerca de R$ 3 milhões na obra de estruturação, inacabada desde então.
Atualmente a unidade conta com cerca de 750 alunos matriculados, nas suas quatro áreas de ensino, sendo elas o ensino médio integrado, com quatro cursos profissionalizantes; os dois cursos técnicos subsequentes, técnico em Secretariado e técnico em Manutenção de Computadores; o curso superior de Tecnologia em Gestão Pública; e especialização em Agroecologia.
Além desses cursos fixos, há também cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) que são cursos breves, de 40h a 160h de carga horária. A atual direção geral do instituto em Barra do Garças, que tem à frente o professor Mestre Leandro Miranda desde abril de 2017 faz anualmente encaminhamentos às bancadas, tanto na Câmara Federal quanto ao Senado, em busca de emenda parlamentares procurando viabilizar recursos para concluir a estrutura predial para ampliação da unidade.
Na última semana, foi entregue ao deputado federal José Medeiros (Podemos) ofício em busca de verba para a obra. Também são feitos, anualmente, requerimentos ao Ministério da Educação (MEC) em busca da verba para a conclusão “através do Simec [Sistema do MEC], atualizamos as informações das obras do campus. Eles têm ciência da situação da obra paralisada” disse o diretor.
Leandro conta que seus primeiros anos como gestor do campus seu principal foco foi destravar essa obra. A principal dificuldade é esbarrar na política de cortes para a educação, que está em vigência no país desde o governo Temer, tendo início marcado com a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, conhecida como PEC do Teto dos Gastos Públicos, que limita os investimentos também em educação, pelos próximos 20 anos.
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Salas e banheiros modulares instalados em anexo à estrutura fixa do IFMT
Ao perceber que estaria deixando outras áreas importantes do campus defasadas, o diretor geral decidiu se concentrar em melhorias mais palpáveis à curto prazo, como criação de novas salas modulares, aumentando a estrutura predial, buscando melhor atender a população local “nosso número de alunos cresce a cada ano, enquanto a verba para o instituto diminui gradativamente” lamenta Leandro.
Segundo portaria do MEC, o campus Barra do Garças deveria contar com 70 professores em seu quadro e 45 técnicos administrativos, para atender um público de 1.200 alunos. O diretor explicou que a atual situação, com 44 professores e 43 técnicos, é o que o instituto consegue fazer com a atual estrutura e investimento “não recebemos verbas para investimentos, apenas para pagamentos.
Estou impedido, por exemplo, de comprar veículos para nossa frota, mesmo se houver verba” explicou sobre a atual situação imposta pelo governo federal ao instituto.
Atualização do projeto
Após o litígio judicial com a empresa, o IFMT refez um novo projeto a respeito da obra, sendo finalizado no início de 2016. Com guarita, passarela ligando à atual estrutura, estacionamento amplo e fachada moderna.
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Guarita do novo projeto. A entrada seria de frente para a UPA
Além disso, projeto atualizado recebeu nota A de sustentabilidade e está orçado em aproximadamente R$ 16 milhões. A atual estrutura, abandonada há quase 10 anos, recebeu estruturação, algumas lajes concluídas e outras inacabadas. Segundo Leandro, cerca de R$ 3 milhões foram aplicados nesse início de obra.
Após a declaração de falência e finalização de trâmite judicial, o valor restante teve de ser devolvido ao MEC. Em 2015, a equipe de engenharia que realizou o novo projeto, fez um laudo pericial para ter ciência da atual situação estrutural da obra.
Leandro mostrou preocupação com a estrutura, pois faz cinco anos do último laudo “lá tem ripa de madeira que era para ficar alguns dias e está há 10 anos” comentou o diretor. Na situação atual, caso haja um novo laudo, é possível que o atual projeto seja alterado novamente, devido à exposição da estrutura às condições climáticas.
Abaixo, as fotos da atual situação da obra e o projeto redesenhado.