Ana Flávia Corrêa
RD News
Representantes do movimento conservador de Rondonópolis (a 212 km de Cuiabá) se reuniram em apoio ao deputado estadual Gilberto Cattani (PSL), pivô de polêmica por defender o direito a ter opiniões homofóbicas. Nesta sexta (4), após fazer várias agendas na região, o deputado se reuniu com o grupo que fez questão de posar para foto ao lado de Cattani com cartaz escrito “Ser homofóbico é uma escolha. Ser gay também”.
A frase é a mesma que provocou polêmica no Estado, ao ser postada pelo parlamentar nas redes sociais. Na semana passada a OAB Seccional Mato Grosso requereu à Assembleia instauração de procedimento junto à Comissão de Ética para apuração da conduta dele por indícios de crime de homofobia. "A homofobia remete o cidadão a violência e não sou um homem violento, muito menos contra homossexuais", se defendeu na ocasião - leia.
O economista e advogado Valdemar Nestor, membro do movimento conservador, disse ao RD News que o ato aconteceu de forma orgânica. Para ele, Cattani é o único capaz de representar as pautas defendidas pela direita em Mato Grosso.
“Nós não temos uma direita consciente no estado de Mato Grosso. É tudo muito personalista, tudo muito patrimonialista. Nós entendemos que ele pode usar o púlpito em nosso favor, fazendo ouvir tudo o que nós pensamos”, explicou.
Para além do direito de expressar opiniões homofóbicas, advogado pontuou o direito à propriedade, à liberdade de expressão plena e se disse contra à política do denominado “politicamente correto”.
“Se eu escolho ser homofóbico, isso vai dizer mais sobre os meus princípios e a minha educação, mas eu não posso criminalizar quem é, em hipótese alguma”, disse. “Opinião é a exteriorização do pensamento. Quando você proíbe a externalização do pensamento, você está cometendo um ato arbitrário”, complementou.
O caso
Em 17 de maio, Dia Internacional de Luta contra a Homofobia e Transfobia, deputado estadual fez uma publicação em que compara a homofobia, criminalizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com a homossexualidade.
Ato causou revolta em algumas entidades LTBTQI de Mato Grosso e fez com que autoridades cobrassem para que caso fosse apurado. Além da OAB que pediu apuração, o Ministério Público do Estado (MPE), por meio do promotor Henrique Schneider abriu procedimento para apurar possível crime.