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Araguaia Notícias
Áudios atribuídos a membros da facção criminosa Comando Vermelho, se espalham pelos grupos de WhatsApp após ações das policiais Civil e Militar em Barra do Garças e Água Boa, resultarem na morte de três criminosos da cidade. Dois deles morreram na quinta-feira (10) e o outro no sábado (12). Na ameaça, os bandidos falam em vingar a morte dos amigos. Polícia Civil informou que reforçou o policiamento, mas que investiga a veracidade dos áudios. Leia o conteúdo dos áudios no final da matéria
Conforme informações a primeira dupla, Diego Oliveira, de 33 anos, conhecido como Paulista; e MaxSuel Pires, de 31 anos, foram baleados numa ação da Força Tática da Polícia Militar que apurava a situação de uma tentativa de assalto a um caminhoneiro no Vale dos Sonhos. Os dois acusados não resistiram e faleceram ao chegarem no Pronto Socorro.
Já no sábado (12), mais um confronto entre suspeitos e policiais. Desta vez na região do bairro Ouro Fino onde o suspeito Walles Alves (Água Boa), de 27 anos, morreu e Wender Santos de Souza (Nova Xavantina), de 18, ficou baleado. Esse outro confronto foi com a Polícia Civil através de investigações da delegacia de Água Boa com apoio da delegacia de Barra do Garças e do Grupo de Operações Especiais (GOE) de Cuiabá. A Polícia Civil estava atrás de elementos envolvidos com assalto na casa de uma escrivã em Água Boa, na quinta-feira. Na ocasião, os bandidos deixaram a escrivã amarrada e levaram uma arma e o veículo dela. A arma já foi recuperada. Nessa ação, a Civil conseguiu prender quatro suspeitos.
Após essas mortes, um suposto “salve” da facção criminosa Comando Vermelho (CV), ameaçando responder com atentados estariam sendo planejado e que a organização promete não deixar barato. Um dos alvos seria a residência do prefeito Roberto Farias e prédios públicos, como a delegacia. Após ter consciência dos ataques, o prefeito pediu providências à Segurança Pública, para salvaguardar sua integridade.
O delegado Williney Santana Borges, da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Barra do Garças, confirmou a circulação dos áudios e verifica a veracidade deles.
Facção irritada
A gota d´água teria sido a morte de um afilhado de uma liderança do CV, na noite deste sábado (12). Ele é suspeito de ter participado de assalto com cárcere privado à casa de uma policial civil, escrivã em Água Boa, no dia 11 de agosto deste ano. Ela foi mantida refém.
Ao abordarem 4 suspeitos neste sábado, houve reação e troca de tiros, ficando um deles ferido e outro morto. Após a morte dos criminosos, áudios começaram a circulas por aplicativos de mensagens no Vale do Araguaia, deixando não só a população em alerta, mas também às forças de segurança. O delegado ainda informou que o setor de Inteligência está monitorando o caso e a segurança foi reforçada.
“Tô só esperando uma posição do mano pimenta [...] só esperando acionar na PCE lá entendeu, que pelo mano já era para ter explodido [...] tá esperando a voz maior lá de cima pra tá lançando aqui pra baixo o Vale do Araguaia, entendeu? Mas, vai surgir uma represália aí sim, já vamos ficar todo mundo na sintonia [...] falar pra você, eu tô pesado [...] o guri foi meu primeiro afilhado que batizei em Barra do Garças”, diz um dos suspeitos.
“Eu tô junto para o que der e vier, pô. Se for CV-MT, CV-GO, pô. A gente é uma camisa só rapaz. Covardia desse povo filho da p***. Paulista aí, representou bonito, representou conosco, vai ser cobrado”, disse outro.
Essa notícia caiu como uma bomba no meio da Segurança Pública em Barra do Garças e na região do Vale do Araguaia.
Tais ações recentes por parte da segurança pública na região estariam incomodando a facção, que estariam sem contato com líderes que poderiam autorizar as ações, como o possível salve, sendo um dos alvos das ameaças o prefeito Roberto Farias. “A PCE, o Pasqualzinho tá desativado, viu? Dái os mano pode tomar uma atitude isolada e pode falar de meter o terror dentro da cidade”, diz um dos áudios que estão sendo investigados.