Mayara Correia
A Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Barra do Garças investiga alegações de outras mulheres que se manifestaram após busca e apreensão na casa de um advogado, em Pontal do Araguaia (MT), na última semana. Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (26), a delegada Luciana Canaverde afirmou que o investigado responde inquérito por estupro de vulnerável, e explica ainda que, a vulnerabilidade da vítima, de 17 anos, não está associada a idade e sim, à ingestão de bebida alcóolica.
Conforme a delegada, há suspeitas por parte da vítima de que o advogado tenha gravado conteúdo de caráter íntimo sem conhecimento ou autorização dela, o que resultou no mandado de busca e apreensão. O caso corre em segredo de Justiça para preservação de todos os envolvidos.
Na casa do investigado a equipe da Polícia Civil, acompanhada da Politec, apreendeu computadores e dispositivos de armazenamento de arquivos. Os equipamentos foram enviados para perícia em Cuiabá.
O caso apurado pela Delegacia de Defesa da Mulher em Barra do Garças chamou a atenção de outras mulheres que procuraram a polícia depois da repercussão, em relatos, elas acreditam terem sido gravadas pelo advogado.
O suspeito ainda não foi interrogado e, durante o cumprimento da ordem judicial com acompanhamento de representantes da Ordem de Advogados do Brasil (OAB), foi orientado que ele ficasse em silêncio. Até o momento, não há indícios de pedofilia como foi especulado a princípio.
Luciana Canaverde aconselha que toda mulher com suspeitas, não apenas deste caso, mas qualquer outro, procure a Delegacia da Mulher ou a própria delegada, a qual está no comando da investigação. Ela ainda orienta que mulheres que não saibam identificar se estão sendo vítimas de violência ou não, sintam-se à vontade para procurar a equipe de atendimento.
“Independente de uma ação ou investigação criminal, nos procure, nosso principal fator aqui é a proteção das vítimas. Então, toda e qualquer mulher que está se sentindo constrangida, violada de qualquer forma, por gentileza, procure a Delegacia de Defesa da Mulher”, solicita a delegada.
Ainda durante a coletiva, Canaverde esclareceu que o crime de estupro não imputa somente a conjunção carnal e que é necessário entender que qualquer ato libidinoso, mediante violência ou grave ameaça contra vítima pode ser definido por este delito.
Estupro virtual
A delegada também explica que cibercrimes (crimes cibernéticos) atualmente podem ser considerados como estupro virtual no Brasil, pois este termo tem como conceito "qualquer atividade ou prática ilícita na rede” com o objetivo de assediar, instigar ou constranger a vítima, por qualquer meio de comunicação. Há ainda canais anônimos, caso não seja possível efetuar as denúncias diretamente no órgão.
Canais anônimos para denúncias
Ligue 180 ou 100 - Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH).
Ligue 197 - Polícia Civil
Delegacia de Defesa da Mulher
Rua Carajás nº 1156, Centro de Barra do Garças - Cep: 78600-000
Supervisão de texto: Andrezza Dias
Entre no grupo do Semana7 no WhatsApp e receba notícias em tempo real (Clique AQUI).
