A Câmara de Vereadores de Barra do Garças (MT) parece viver dentro uma bolha. Isso mesmo, de uma bolha, enquanto a população da cidade e do interior do município está entregue à própria sorte e tenta, por todos os meios, se proteger do nefasto e temido coronavírus, ainda com alto índice de contaminação, conforme diagnóstico da Secretaria Estadual de Saúde.
Logo, é preciso frisar que o comércio local, faculdades, bancos, supermercados, padarias, igrejas, servidores públicos, entre outros, mantém em muitos casos o atendimento de forma presencial, enquanto que os vereadores se cobrem de cuidados, sem maiores satisfações à sociedade que, caso fosse feita uma consulta popular ordenariam a essa turma que pegassem firme no batente, até para justificar seus altíssimos salários, muito acima da realidade econômica de Barra do Garças.
É bem verdade que as sessões legislativas ocorrem de forma remota, onde os vereadores participam a partir do calor de seus lares, ou se preferirem, em qualquer lugar que possa se chamar de apropriado. Esse ato legislativo, motivado pela pandemia que no município já ceifou até mais de 300 vidas, é legal e permitido por lei. Mas se aquelas ‘Vossas Excelências’ participam de eventos políticos, reuniões e lançamento de obras, fica no ar a pergunta que não se cala. Se pode tudo isso, porque as sessões não ocorrem a partir do plenário, mesmo que seja vedado a presença de eventual público e de onde se pode perfeitamente ser transmitida à sociedade de Barra do Garças a quem esses nobres senhores devem satisfação? Por quê?
Será que a participação em eventos diversos é mais importante que apreciação de projetos, indicações ou requerimentos que possam melhorar a vida do barra-garcense? Apenas para citar um exemplo, hoje, 6 de julho o deputado estadual Dr. Eugênio (PSB) realizou reunião para discutir a questão do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico (ZSEE) no plenário da citada Câmara Municipal e contou com a presença de vários vereadores.
Por incrível que possa parecer, a sociedade de Barra do Garças ainda não se queixa de pagar quase 15 mil reais entre salário, verba indenizatória, etc., aos representantes do Legislativo municipal que chegaram a este cargo prometendo trabalhar em defesa do povo e pelo povo.
De todo modo pode-se até aceitar que se faça a prestação de contas do desse semestre de forma remota. Logo mais, (este mês), os 15 vereadores serão beneficiados com o primeiro recesso do ano, quando poderiam até, não fosse o cansaço pelo o excesso de trabalho, pensar se voltam no segundo semestre ao trabalho de forma presencial, já que no final do ano eles ganham de novo merecidas férias.
