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Mato Grosso tem se consolidado como um dos principais destinos de migrantes no Brasil, revela o levantamento do Censo 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (27), o estado registrou a segunda maior taxa líquida de migração do país e ocupa a terceira posição em percentual de migrantes em relação à população residente nos últimos cinco anos.
O estudo, que analisou o local de nascimento, o último local de residência e o local de moradia cinco anos antes da pesquisa, aponta que 6,47% da população mato-grossense nasceu no Paraná — principal estado de origem dos migrantes que hoje vivem em Mato Grosso. Na prática, isso representa mais de 236 mil paranaenses morando no território mato-grossense. Em seguida, aparecem São Paulo, com 3,53% (129 mil pessoas), e Maranhão, com 3,27% (quase 120 mil).
Na outra ponta, estados como Roraima (0,03%), Amapá (0,05%) e Amazonas (0,15%) figuram entre os que menos enviaram migrantes para Mato Grosso.
Chegada de estrangeiros
Outro ponto que chama atenção é a presença de estrangeiros: do total de 3,6 milhões de moradores, mais de 19 mil vieram de outros países. O fluxo internacional ganhou força especialmente com a chegada de venezuelanos. Só eles representam mais da metade (52,28%) dos imigrantes internacionais que passaram a residir em Mato Grosso nos últimos cinco anos — são mais de 5 mil pessoas. A Bolívia (10,47%) e o Haiti (8,36%) completam o ranking dos principais países de origem.
O levantamento também identificou imigrantes de países menos expressivos em volume, mas que evidenciam a diversidade do estado. Guiné, Dinamarca, Guiana Francesa, México e Uruguai são exemplos: cada um tem entre dois e cinco cidadãos vivendo hoje em Mato Grosso.
Além de dimensionar quem chegou, o Censo 2022 reforça a importância desses dados para o planejamento público. Com informações mais detalhadas sobre os fluxos migratórios, governos e prefeituras podem estruturar políticas para atender essa população — desde moradia até serviços de saúde, educação e geração de empregos.