BARRA DO GARÇAS 00:00:00 Sábado, 24 de Maio de 2025

GERAL & ECONOMIA Domingo, 10 de Janeiro de 2021, 19:36 - A | A

10 de Janeiro de 2021, 19h:36 - A | A

GERAL & ECONOMIA / Mudanças de sistema

UFMT aprova escolha do BRT e detona VLT: "modal antigo e ineficiente"

Professor lembra que VLT foi projetado com sistema ineficiente de energia elétrica

Allan Pereira
Folha Max



Professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Luiz Miguel de Miranda analisou que o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) jamais seria eficiente para Cuiabá e Várzea Grande diante da expansão territorial das duas cidades. Durante entrevista ao Jornal do Meio Dia (TV Record) na semana passada, o educador, que também é doutor em Engenharia de Transporte, criticou a decisão do ex-governador Silval Barbosa, que adulterou o projeto original do BRT pelo VLT para angariar recursos ilícitos.

De acordo com o Ministério Público Estadual, a adulteração ocorreu no bojo de um processo que tramitava no Ministério das Cidades. O órgão que estava com a responsabilidade de avaliar se acatava ou não a mudança do BRT pelo VLT para atender às necessidades de mobilidade da Baixada Cuiabana para a Copa do Mundo de 2014.

“A partir daí, tudo que foi feito deu errado. E muito pior, a qualidade do que foi feito, muito pior ainda. O VLT é um modal projetado para integração com os modais existentes como: aeroporto com ferrovia, ônibus, rodoviárias e ferroviárias. Por outro lado, o BRT, que já serviu de modelo para Bogotá na colômbia, você tem um alcance de grandes aéreas como do centro para as periferias. Olhando para nossa cidade que se expande a cada dia e tem características horizontais, não há como se visualizar qualquer característica para implantação de modal de integração”, disse ao elogiar a substituição do modal para BRT.

As declarações ocorreram quando o professor comentava sobre a decisão do governo, que nos últimos dias de dezembro, anunciou que substituiria o VLT para o Ônibus de Trânsito Rápido (BRT), pelo valor de R$ 430 milhões. Ao anunciar a desistência do VLT, que consumiu mais de R$ 1 bilhão e está com a obra paralisada desde o final de 2014, o Governo de Mato Grosso garantiu que a decisão foi embasada em estudos e relatórios técnicos.

Na ocasião, o governador Mauro Mendes também anunciou uma ação na Justiça pedindo ressarcimento e indenização, no valor total de R$ 830 milhões, contra o Consórcio VLT e as cinco empresas que o compõem: CR Almeida, CAF Brasil, Santa Bárbara Construções, Magna Engenharia e Astep Engenharia. “Infelizmente nós que estamos nessa situação aqui, podemos colocar em perdas concretas, que não temos condições de terminar o VLT. Temos uma dívida que cresce e não anda para trás”, complementou o professor.

Além de ser ineficiente, o professor avaliou que o modelo escolhido pelo governo da época, seria uma tecnologia antiga, que atualmente não é mais utilizada. “Já compraram o VLT com uma tecnologia antiga. Não se usa mais o VLT com aquelas catenárias e alimentação de energia por fios aéreos em nenhum lugar do mundo”, criticou.

Por fim, Miranda ainda disse que o Estado deve ter uma longa briga jurídica com o Consórcio VLT. Segundo ele, o grupo usará todos os artifícios jurídicos para barrar a troca do modal. “O consórcio tem os melhores advogados do país e não vão querer perder em hipótese alguma tudo que eles têm direito, tudo que foi combinado”, concluiu.

Comente esta notícia