OPINIÃO Quinta-feira, 15 de Fevereiro de 2024, 09:18 - A | A

15 de Fevereiro de 2024, 09h:18 - A | A

OPINIÃO / CAROL BISPO

O que é a engenharia da beleza?



Anos de estudos sobre psicologia e comportamento humano me levaram à engenharia da beleza. Como na construção de uma casa, tiramos a beleza do mundo das ideias e materializamos seu projeto e suas etapas para construção. Na engenharia da beleza temos um tripé que chamamos de: essência expressa, alicerce da autenticidade e harmonia funcional. Mas afinal, qual é o objetivo de tudo isso? Te ajudar a expressar autenticamente seu “eu”, sua individualidade, o sentido de “ser” através da imagem.

Após muitos anos de estudo e análises do comportamento humano com base no rosto e no cabelo, aprendi a identificar 70% do temperamento da pessoa. Depois, ampliei meu conhecimento e, pensando numa construção completa de identidade, inclui os arquétipos e as cores na imagem pessoal, analisando principalmente o estilo de vestimenta. Juntando tudo isso temos a engenharia da beleza: um planejamento completo para que sua beleza posicione o que você verdadeiramente é no mundo.

Para chegar até a engenharia da beleza, passamos pelo tripé que já mencionei. Ele foi desenvolvido trazendo referências da psicologia social como a teoria da auto apresentação que pode oferecer insights sobre como moldamos nossa imagem para atender às expectativas sociais; a teoria da autoestima que explora como a percepção sobre seu próprio eu influencia sua imagem e a neurociência, que revela como o cérebro humano lê a beleza. Mas o que cada fase significa?

No primeiro extremo do tripé temos a essência expressa: nesta fase, nos dedicamos a entender o que o indivíduo genuinamente deseja comunicar através da imagem.

Na segunda etapa, que chamamos de alicerce da autenticidade exploramos os pilares que o indivíduo terá como base: o autoconhecimento, autoestima e autonomia.

Por fim, chegamos à etapa final, a harmonia funcional em que vamos traçar um paralelo entre a imagem da pessoa e seu estilo de vida e objetivos, proporcionando uma expressão coesa e funcional.

Com esses elementos em mãos podemos partir para a construção propriamente dita, a engenharia da beleza. O projeto é apresentado em harmonia com o desejo do cliente no processo da análise de imagem. Na execução da obra, todos os profissionais devem falar a mesma língua para garantir um bom resultado final. São necessários: hierarquia, direção e foco.

É importante ressaltar que quando o indivíduo conquista a autoestima, autonomia e autoconhecimento proporcionadas pela engenharia da beleza, os efeitos podem ser muitos: o fortalecimento da confiança nas suas habilidades e aparência; tomada de decisões alinhadas com seus próprios valores e desejos; relacionamentos mais saudáveis com conexões que ocorrem quando a pessoa se compreende e busca laços verdadeiros e sucesso profissional impulsionado pela autoestima e autonomia.

Os efeitos também podem incluir a melhora do bem-estar emocional a partir de uma compreensão mais profunda das próprias emoções; resiliência proporcionada pela base de autoconhecimento, autoestima e autonomia que ajudam a enfrentar desafios e, por fim, a engenharia da beleza pode te ajudar a conquistar a autenticidade: permitir que você seja verdadeira consigo e com os outros.

São tantas mudanças que ao final de todo processo, precisamos orientar a pessoa sobre os efeitos que a adequação de imagem pode provocar em seu comportamento e no ambiente, alertando para as pressões sociais e de padrões de beleza impostos. Mas, como nos ensina a Ecole Supérieure de Relooking (Escola Francesa de Consultoria de Imagem no Brasil) com a busca da beleza autêntica, temos um resultado singular que não é meramente estético ou superficial, mas que traduz algo profundo para o mundo: o ser. 

Carol Bispo é visagista, especialista em cabelos crespos e cacheados, acadêmica de Psicologia e idealizadora do método Cabelo do Dia Seguinte. Instagram: @carolbispovisagismo.



Comente esta notícia