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“Aqui em Mato Grosso é uma pilhéria falar em fusão. Nenhum dos deputados do PSL aceitam vir conosco, só Cidinho [Santos, presidente do PSL no Estado] que já era nosso. O resto? Ninguém. Os quatro deputados do PSL não irão ficar com DEM”, afirmou Júlio Campos, irritado.
Um dos fundadores do Democratas em Mato Grosso, o ex-senador Júlio Campos voltou a fazer duras críticas e classificou como “mentira” e “pilhéria” a fusão do seu partido com o PSL.
A junção entre o PSL e o DEM foi aprovada em convenção realizada em outubro deste ano para criação do “superpartido” União Brasil. A nova legenda ainda aguarda a aprovação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com o democrata, a criação do União Brasil não beneficiará os filiados do DEM em Mato Grosso, pois aqueles que estão no PSL devem sair em debandada para outras siglas.
“É uma fusão de mentira. Vamos continuar reduzidos a [Eduardo] Botelho e Dilmar [Dal'Bosco]. Foi mal consultado. E não é só em Mato Grosso. Em vários estados nenhum membro do PSL vai compor com o DEM. É só interesse financeiro”, completou.
Os nomes de Botelho e Dilmar, citados por Júlio, são os únicos representantes do DEM no Legislativo Estadual. Com a fusão,a esperança era ampliar a bancada com os outros quatro nomes do PSL: Gilberto Cattani, Elizeu Nascimento, Delegado Claudinei e Ullysses Moraes.
Ocorre que, com exceção de Ulysses, os três parlamentares do PSL, que são bolsonaristas, já anunciaram a debandada para o PL, sigla em que o presidente Jair Bolsonaro se filiou nesta semana.
Rejeitado
Júlio Campos apontou que é uma das lideranças históricas do Democratas no Estado e disse se sentir magoado com a ausência da consulta sobre a fusão por parte da direção nacional, comandada pelo ex-prefeito de Salvador (BA), ACM Neto.
“Há 50 anos, me filiei a um partido que é o mesmo de hoje: Arena, PDS, PFL e depois DEM. Quer dizer, eu nunca mudei de partido. Se tem dois homens honrados em termo de partido em Mato Grosso é Júlio Campos e Carlos Bezerra [MDB]. O resto é conversa fiada”, disse.
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