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CIDADES Domingo, 08 de Junho de 2025, 09:04 - A | A

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CIDADES / DESAPARECIDO

Abaixo-assinado cobra novas buscas por Pedro Messias e reforça importância de área ainda não vasculhada

“Apenas reconhecer que houve um crime, mas interromper as buscas pelo corpo, não é justo. Nós temos o direito de enterrar nossos mortos.” — Rizza Luz Matos, irmã da vítima.

Rizza Luz Matos



Nesta sexta-feira (6), a família de Pedro Messias Sousa Matos, de 35 anos, desaparecido desde 18 de maio na área rural de Luciara (MT), encaminhou às autoridades um abaixo-assinado solicitando a retomada das buscas e a ampliação da área de investigação. Em apenas dois dias, o documento reuniu mais de mil assinaturas e foi enviado por e-mail à Delegacia da Polícia Civil de São Félix do Araguaia, aos cuidados da Delegacia Regional. Juntamente com a petição, a família anexou um mapa com a delimitação da área solicitada para novas buscas, elaborado com base em informações do boletim oficial do Corpo de Bombeiros e de testemunhas locais.

ENTENDA O CASO

Pedro Messias, 35 anos, e Mahakari Karajá, também conhecido como Manoel, de 19 anos, saíram da Aldeia São Domingos, a cerca de 2 km de Luciara, com o objetivo de assistir a um jogo de futebol em Santa Terezinha (MT). Segundo testemunhas, após o evento, pernoitariam na Aldeia Itxalá, localizada a aproximadamente 30 km do local da partida.

Pedro foi visto pela última vez com Mahakari, que apresentou versões contraditórias sobre os momentos finais em que estiveram juntos. Um pescador relatou ter visto Mahakari por volta das 15h30 no Porto Capitão João, onde ele teria pedido carona afirmando que “seus amigos” o haviam deixado ali. Além do desaparecimento de Pedro, também não foram localizados sua motocicleta e seus documentos pessoais, seu aparelho celular, o que aumenta as suspeitas sobre a motivação do crime.

Embora reconheça os esforços das equipes de busca entre os dias 21 e 29 de maio, a família destaca que uma parte essencial da área não foi vasculhada: o interior da Aldeia Itxalá e as áreas adjacentes, conforme informação confirmada no boletim oficial do Corpo de Bombeiros. Essas áreas, solicitadas pela família, eram justamente onde Pedro e Manoel pretendiam pernoitar, segundo relatos. As buscas, no entanto, foram realizadas quase que inteiramente com base nas versões contraditórias apresentadas por Mahakari, que afirma que Pedro não realizou a travessia. “Existem algumas possibilidades de que o corpo do Pedro possa estar do outro lado do Rio Araguaia e nós queremos que isso seja averiguado, pois Pedro merece dignidade e respeito”, afirma Rizza Luz Matos, irmã da vítima e uma das organizadoras do abaixo-assinado.

Suspeito foi preso, mas depois solto por Habeas Corpus

Apesar do delegado, Dr. Ivan Alburquerque, responsável pelo caso, ter solicitado a prisão preventiva do principal suspeito, um habeas corpus foi concedido pela Justiça, o que causou indignação à família. Sob o suspeito pesam as acusações de assassinato, ocultação de cadaver, além de questionamentos em aberto sobre o sumiço da motocicleta.
A irmã da vítima, Rizza Luz Matos, reforça que, além da dor pela impunidade, há também a angústia diante da interrupção das buscas. “Apenas reconhecer que houve um crime, mas interromper as buscas pelo corpo, não é justo. Nós temos o direito de enterrar nossos mortos”, declarou.

Rizza, professora e jornalista, afirmou ainda estar profundamente impactada com a brutalidade do caso. “Pedro era extremamente ligado à amizade, jamais sairia com um desconhecido. Pedro confiou nessas pessoas, e sua ingenuidade diante de tanta maldade o colocou em risco fatal”, declarou.

O documento entregue à Polícia Civil pede que a autoridade busque, junto a órgãos como a FUNAI, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, a intermediação necessária para acesso à terra indígena e diálogo com os povos tradicionais. “Sabemos que os povos indígenas têm o direito à consulta sobre seus territórios, mas queremos que o direito da vítima também seja levado em consideração, especialmente diante da gravidade deste crime”, ressaltou Rizza.

A família segue mobilizada e espera que as autoridades retomem as buscas, considerem todas as possibilidades investigativas e ajudem a esclarecer os fatos, para que a justiça seja feita e a dor de quem ficou possa, ao menos, ser amparada pela verdade.

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Fernanda 08/06/2025

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