Kayc Alves
Da redação
A superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) em Mato Grosso, afirma que ainda analisa se fará outra ponte ou recuperará a estrutura que cedeu com o peso de uma carreta, na BR-158, no último sábado (27). O trecho, a 70 km de Bom Jesus do Araguaia, ficou interditado até domingo.
Uma carreta bitrem atravessava a ponte, na 158, que não suportou o peso. O veículo ficou com as rodas traseiras do primeiro vagão presas entre as madeiras, deixando a rodovia interditada.
Segundo nota do Dnit, enviada nesta terça (30) ao Semana7, o trecho só foi liberado após o órgão construir uma via ao lado para que os veículos pudessem desviar a ponte quebrada. A equipe da autarquia usou o sistema de sinalização Pare e Siga para orientar o tráfego no local.
“Após a retirada da carreta, iniciou-se uma análise para definir se será feita uma recuperação ou uma reconstrução da ponte”, destaca o comunicado, enviado pela assessoria de comunicação do Dnit.
Impasse
Ainda sem previsão de asfalto, segue o impasse sobre o trecho da BR-158 nas proximidades e dentro da reserva indígena Marãiwatsédé. Em visita a Água Boa, em meados de junho, o ministro de Infraestrutura Tarcísio Gomes defendeu que o asfaltamento da rodovia deve seguir seu curso original, dentro da terra Xavante. Mas a questão está longe de ser unânime.
O Ministério Público Federal (MPF), recentemente, ingressou com uma ação civil pública para que o trecho da rodovia dentro de Marãiwatsédé seja fechado. Na ação movida contra o Ibama, o Dnit e a União, o MPF pede à Justiça que a solicitação seja atendida no prazo de um ano, após o trânsito em julgado da decisão. O descumprimento geraria uma multa diária de R$ 50 mil em favor da comunidade Xavante.
Políticos da região também descartam o traçado original e defendem que a 158 faça o desvio da reserva, no trecho que ficou conhecido como Contorno Leste. Além de evitar conflito com as questões socioambientais indígenas, o trecho conectaria pela BR os municípios de Bom Jesus do Araguaia, Serra Nova Dourada e Alto Boa Vista.
O traçado pelo contorno já possui projeto, licenças ambientais e um de seus lotes já licitado. Ele seria mais oneroso à União que a pavimentação pelo curso dentro da reserva, pois, além de ser mais extenso, compreende área montanhosa e alagadiça.
Entretanto, a ação do MPF também cita o Contorno Leste, proibindo que seja licenciado empreendimento no trecho até que todos os requisitos legais sejam alcançados.