BARRA DO GARÇAS 00:00:00 Terça-feira, 15 de Outubro de 2024

CIDADES Sábado, 15 de Maio de 2021, 09:38 - A | A

15 de Maio de 2021, 09h:38 - A | A

CIDADES / Pandemia

Duas cidades do Araguaia são as únicas de MT sem mortes por Covid-19

Araguainha e Santa Cruz do Xingu contam com estruturas limitadas, mas têm conseguido seguir sem perder vidas para o coronavírus.

PNB Online



Ao chegar à marca de 10 mil mortes por covid-19 nesta quinta-feira (06.05), restam apenas dois municípios sem registro de óbitos pela doença em Mato Grosso. As pequenas Araguainha (465 km de Cuiabá) e Santa Cruz do Xingu (1.083 km de Cuiabá) contam com estruturas limitadas, mas têm conseguido seguir sem perder vidas para o coronavírus. 

Com rápida disseminação, o vírus chegou a todas as cidades mato-grossenses em julho de 2020, apenas quatro meses após a confirmação do primeiro caso de covid-19 no estado. Araguainha, a menor cidade do estado, com população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 946 pessoas, foi um dos últimos municípios a ter um caso confirmado da doença.

Até esta quarta-feira (05.05), 21 pessoas haviam sido detectadas com coronavírus no município. Todas já estão recuperadas da infecção. A baixa circulação da população em localidades de pequeno porte é tida por especialistas como uma das principais razões para o sucesso na contenção do vírus. A falta de infraestrutura para atendimento de casos mais graves, entretanto, coloca a população em perigo.  

Em Araguainha, a distância entre o município e o leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) mais próximo preocupa. Isso porque a população araguainhense dispõe apenas de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), com estrutura bastante limitada. Em casos de necessidade hospitalar ou de atendimento emergencial, o paciente é encaminhado para Rondonópolis, a mais de 250 km de distância.   

A situação é ainda mais grave em Santa Cruz do Xingu. Com população estimada pelo IBGE em 2.633 habitantes, casos mais graves são encaminhados para Cuiabá, a quase 16 horas de distância. É o que conta Luciana de Jesus Viana, secretária municipal de Saúde. “Nossa infraestrutura é uma unidade sentinela. Nós temos cinco leitos de observação com disponibilidade de oxigenoterapia. Os casos mais graves são encaminhados para Cuiabá, pois não temos uma referência regional”, contou ao PNB Online.  

Por lá,  a Prefeitura tem traçado estratégias para tentar conter a disseminação do vírus. A gestão municipal tem apostado na intensificação da testagem e no monitoramento dos pacientes que testaram positivo, a fim de identificar agravos. Além disso, o sistema de saúde tem oferecido fisioterapia respiratória e teleatendimento aos casos suspeitos ou confirmados. Até esta quarta-feira (05.05), foram registradas 249 infecções na cidade, sendo que sete desses pacientes permanecem internados. 

Conforme a secretária, a pandemia vem impactando o dia-a-dia da população do pequeno município, que tenta se adaptar à realidade imposta pelo vírus com medidas de restrição e com trabalho de fiscalização da vigilância sanitária. “O impacto é muito grande, porém as atividades econômicas que mais sofreram são aquelas não essenciais. O restante continuou funcionando com as medidas de distanciamento e uso de máscara. As lavouras, que têm grande importância para a economia local, continuaram funcionando também. Ainda assim, o temor é muito grande e seguimos vigilantes”, afirma Luciana. 



Comente esta notícia