São José do Xingu teve a maior valorização de terras no Brasil em 2023

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Da Redação de GENTE Centro-Oeste

A maior valorização de terras em municípios onde predominam atividades do agronegócio, está São José do Xingu (a 953 km de Cuiabá), situado na região nordeste do Estado (Vale do Araguaia) e que liderou com 55,1% o preço por hectare neste último ano. A média de custo era de 14, 5 mil em 2022 e foi cotado no ano seguinte a 22,5 mil. Por classificação neste ranking, vem Santana do Araguaia (PA) (40,2%), Cristalina (GO) com 38,6%, entorno de Brasília (áreas de cultivo ou criação de gado) com 36,4% e Peixe, no Tocantins, (34,8%), segundo dados da S&P Global Inc., especializada, em análises financeiras.

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No que diz respeito ao preço de terras para o agronegócio São José do Xingu, que tem sua economia baseada na agricultura, pecuária e extrativismo vegetal, foi em sentido contrário e registrou a maior alta, embora, ainda, não faça parte dos municípios que estão no topo da produtividade em Mato Grosso em função da falta de logística para abastecimento e escoamento de produção, segundo o prefeito Sandro José Luz Costa (UB), que espera pelo o asfalto na malha rodoviária que corta aquela região que ainda padece pela falta de boas estradas.

Até o momento o governo estadual planeja asfaltar trechos naquela região, partindo de São José do Xingu (pela Estrada da Mata) à MT 437, cerca de 40 km. Outra demanda é pela pavimentação do trecho de 197 km ligando a cidade à localidade Alô Brasil na rodovia 158, onde começa o Contorno Leste, de 120 km e que circunda a Terra Indígena Marãiwatsédé.
Essa opção para ligar São José do Xingu à BR 158, (principal eixo rodoviário do Araguaia), ao polo Confresa para o acesso aos portos do norte do país, enquanto que o trecho de 230 km que demanda a Matupá, (pela MT 322), o escoamento será feito pela a BR 163, sendo, portanto, a mais significativa em termos de escoamento da produção agrícola de Mato Grosso aos portos de Itaqui, Maranhão e Miritituba, no Pará.

Quando se concretizar esse projeto de asfalto, a contar por algumas centenas de quilômetros, vai interligar São José do Xingu aos municípios de São Félix do Araguaia (e ao seu distrito de Espigão do Leste na MT 322), Santa Cruz do Xingu, Confresa, Alto Boa Vista, Porto Alegre do Norte, Vila Rica e Bom Jesus do Araguaia.

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Se feita essa pavimentação, deve crescer na região a demanda por terra (todas agricultáveis) e, com isso, a elevação de preço. No governo de Jair Bolsonaro o valor por hectare na ampla faixa do agronegócio com a divisa do Pará dobrou de preço. Com o real depreciado e o boom das commodities o valor da terra entre 2019 a 2021 saiu de 20 mil para 43 o hectare, conforme o Intercept Brasil. Nos últimos vinte anos houve um aumento de 1.700%. O preço da soja, segundo o IBGE, foi o principal motivo da valorização.

A diversidade de flora e fauna em São José do Xingu determinadas pela Floresta Amazônica e Cerrado se tornaram crescente a preocupação dos gestores por causa da expansão da fronteira agrícola na região que tende aumentar a cada dia. Como outros municípios de mesmo porte, São José do Xingu enfrenta também desafios não só em relação às estradas, mas também de serviços básicos de saúde e educação.

DEMANDA AGRÍCOLA

O município vive momento ímpar de desenvolvimento. Recentemente, assinou convênio de 1,2 milhão com o estado para pavimentação. O gestor comemorou o repasse para asfalto de ruas no distrito Santo Antônio do Fontoura, após a assinatura de um convênio entre o governo e a Prefeitura Municipal. A parceria foi firmada no início deste mês, durante cerimônia no Palácio Paiaguás, em Cuiabá.

“Com empenho e trabalho temos conseguido levar benefícios e mais obras para nossa população com o apoio do governador Mauro Mendes, de senadores e deputados”, ressalta o gestor destacando o resultado de uma pesquisa da consultoria S&P Global Commodity Insight, que apontou São José do Xingu como o município com registro de maior alta de terras para grãos do país em 2023.

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HISTÓRICO

“Isso se deve aos nossos produtores, à população e também ao governo estadual que tem investido em São José do Xingu, à prefeitura e a todos que têm trabalhado para transformar a nossa região como grande produtora do país”. Além da valorização de terras, o prefeito explicou o andamento das obras de pavimentação em rodovias importantes para o município, que somam cerca de 173 quilômetros de asfalto para a região de São José do Xingu.

O início do município de São José do Xingu ocorreu na década de setenta motivado pelos incentivos fiscais do governo federal, ainda em pleno regime de exceção pelo golpe militar de março de 1964. À época, abria-se em várias regiões de Mato Grosso fronteiras agrícolas e com isso a consequente povoação com novas unidades de colonização. O núcleo original de São José do Xingu teve início com a Fazenda Bang-Bang, uma vez que as pendengas sociais de então, em sua maioria ‘eram resolvidos à bala, segundo a versão histórica de antigos moradores.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dão conta de que, com a efetiva presença do Estado na região e o passar dos tempos, os ânimos foram se amenizando e a comunidade local optou, no início dos anos noventa, pela atual denominação do município, emancipado em 1991, acrescentando ao nome do santo padroeiro a denominação em referência ao rio que passa a 42 km da cidade e corta o Parque Nacional do Xingu.

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