Marcelo Borges
Semana7
A comunidade acadêmica do campus Araguaia da Universidade Federal de Mato Grosso - UFTM exercerá hoje seu papel democratico e votará na escolha da nova pró-reitora do campus. A função é responsável por administrar duas unidades, em Barra do Garças e Pontal do Araguaia, além de gerir um orçamento milionário.
Márcia Cristina Pascotto, da chapa 01, é professora do curso de Ciências Biológicas e atualmente é a diretora do Museu de História Natural do Araguaia - MuHNA. Ela ingressou na UFMT em 2006 e desde então vem atuando nas áreas de ensino, pesquisa e extensão.
Paula Carvalho Rodrigues, da chapa 02, é servidora técnica-administrativa e atual pró-reitora pró-tempore. Ela assumiu o cargo em 02 de outubro deste ano após a renúncia do então pró-reitor, professor Adam Luiz Claudino. Paula iniciou sua carreira no serviço público federal na atual Universidade Federal de Jataí - UFJ e foi transferida para a UFMT em 2010.
A eleição ocorre de modo remoto. Votam na disputa, estudantes da graduação e pós-graduação, professores e técnicos-administrativos, ambos ativos e aposentados. Os votos podem ser depositados nas seguintes urnas:
Estudantes: https://evotacao.ufmt.br/helios/e/cua24-pro-reitoria-discentes/vote
Professores: https://evotacao.ufmt.br/helios/e/cua24-pro-reitoria-docentes/vote
Técnicos: https://evotacao.ufmt.br/helios/e/cua24-pro-reitoria-tae/vote
Conheça as propostas de cada candidata
Em uma sabatina, o Semana7 questionou as duas candidatas com as mesmas perguntas, sobre temas relacionados à infraestrutura do campus, gestão universitária, novos cursos, interação entre a universidade e a
comunidade externa. Confira as respostas enviadas pelas candidatas.
1. Quais são as principais mudanças que você pretende implementar na gestãodo campus? Serão criados novos órgãos?
MÁRCIA: A primeira inovação na gestão do Campus Universitário do Araguaia é implementar ações e estratégias em todos os setores, seja no ensino, na pesquisa, na extensão e na administração, que estejam alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS, contribuindo com as questões socioambientais da Agenda 2030. A comunidade acadêmica será convidada a participar da seleção dos ODS a serem implementados em nosso campus e cada setor definirá metas e estratégias para alcançá-los.
PAULA: A principal mudança está na esfera acadêmica, com a reestruturação da Gerência de Graduação e Extensão. Estamos empenhados em criar um novo organograma que desmembre essa gerência em duas unidades distintas: Gerência de Graduação e Gerência de Extensão. Esse desmembramento permitirá uma atuação mais específica e eficiente em cada área, acompanhada por uma estrutura adequada para atender às demandas do Ensino e da Extensão.
2. Como você pretende dialogar com as três categorias (docentes, técnicos e estudantes) para atender às demandas da comunidade acadêmica?
MÁRCIA: A universidade é constituída por alunos, técnicos e professores e não pode existir sem que todas estejam mobilizadas no cumprimento da missão institucional do campus. Para isso, é preciso um trabalho cotidiano de gestão para fortalecer os vínculos com as categorias e as relações de confiança entre os grupos que compõem a universidade. Um setor de comunicação profissional é um caminho inicial para estimular trocas e fazer que múltiplas vozes possam ser ouvidas e consideradas no debate.
PAULA: O diálogo com as três categorias será conduzido, principalmente, através de uma agenda de reuniões periódicas com a Pró-Reitoria do Araguaia, estruturada para garantir uma escuta ativa e qualificada. O objetivo é reunir informações e demandas de forma organizada, promovendo encaminhamentos eficazes e resolutivos junto às pastas responsáveis. Esse método que pretendemos adotar, fortalece a transparência, a participação e o alinhamento entre a Pró-reitoria e sua comunidade acadêmica, promovendo um ambiente de colaboração e confiança.
3. De que forma pretende ampliar a interação entre a universidade e a comunidade externa por meio de projetos de extensão?
MÁRCIA: É preciso lembrar que o diálogo com a sociedade inclui diferentes segmentos para parcerias benéficas, tanto para a comunidade interna quanto para a região onde estamos inseridos. Por exemplo, nós podemos mobilizar ações artísticas, culturais, esportivas e de lazer, abertas ao público, que integrem a comunidade interna e externa e, assim, fortaleçam as relações interpessoais e promovam o bem-estar entre nós: alunos, técnicos e professores. Para isso, reforço a necessidade de um plano de comunicação institucional efetivo, que amplie a visibilidade institucional e promova a participação da sociedade em nossos programas, projetos e ações.
PAULA: A ampliação será realizada por meio de projetos voltados para diversas áreas, como artes, saúde e qualidade de vida, economia solidária, empreendedorismo social, equidade, meio ambiente, juventude, terceira idade, direitos humanos, esporte e lazer. Iniciativas com esse alcance promovem a integração da comunidade com a Universidade, fortalecendo vínculos e ampliando nossa visibilidade. Além disso, contribuem para consolidar nossa instituição como uma referência acadêmica e social, reconhecida pela sua relevância e impacto no território em que atua.
4. Existe algum plano para buscar mais recursos ou parcerias que beneficiem a produção científica e acadêmica no campus?
MÁRCIA: Sabemos que os recursos destinados diretamente às universidades federais, nos últimos anos, estão cada vez mais escassos. Por isso é preciso ampliar a captação externa de recursos, em diferentes fontes.Uma via que já é utilizada pelos nossos professores e pesquisadores e que permite o desenvolvimento de PD&I e de popularização da ciência em nosso campus são os editais de fomento, publicados frequentemente pela FAPEMAT, FINEP, CAPES, CNPq, SECITECI e outros órgãos públicos e privados
PAULA: Sim. Nosso plano está centrado em esforços para a captação de recursos, mas compreendemos que é necessário definir estratégias integradas para potencializar esses resultados. Isso inclui a divulgação ampla das produções científicas e culturais desenvolvidas no campus, o compartilhamento de conhecimento e experiências com a sociedade e o desenvolvimento de projetos que atendam às demandas sociais da região. Com essas ações, podemos construir uma sólida rede de apoio e parcerias, tanto com o poder público quanto com o setor privado, ampliando as possibilidades de obtenção de recursos para o Campus Universitário do Araguaia.
5. Pretende criar novos canais de comunicação e transparência com os estudantes e servidores?
MÁRCIA: O Campus Universitário do Araguaia já constituiu e possui canais de comunicação com alguns deles, bem estabelecidos. A proposta de uma comunicação integrada prevê que os canais institucionais tenham uma coerência nas mensagens enviadas para a comunidade universitária e, ao mesmo tempo, garantam uma participação efetiva desta comunidade, recebendo dela as demandas. Apesar dos canais existentes, será preciso avaliar outros modos de alcançar os diferentes perfis que interessam à UFMT como folders, jornais murais, listas de transmissão, redes sociais e sites.
PAULA: Nosso objetivo é modernizar e agilizar a comunicação com estudantes e servidores por meio da implementação de novas ferramentas, garantindo eficiência e transparência. Contudo, o principal canal de interação continuará sendo um cronograma de agendas com a Pró-Reitoria, Gerências e Prefeitura voltado à troca de informações e acolhimento de demandas. Esse cronograma permitirá a disponibilização periódica de dados sobre orçamento, andamento de projetos e outras iniciativas. A nossa política de comunicação promoverá uma relação mais próxima e integrada com a comunidade acadêmica, garantido o diálogo contínuo e a colaboração.
6. Pretende articular com a reitoria e o MEC para a criação de novos cursos para o campus? visto que o último curso criado foi em 2010.
MÁRCIA: A Pró-reitoria do Campus irá trabalhar alinhada à Reitoria para melhorar as condições de funcionamento dos cursos que já estão nas unidades de Barra do Garças e Pontal de Araguaia, para ampliar o número de ocupação das vagas que hoje estão ociosas e para debater a ampliação dos cursos de graduação e pós-graduação (lato sensu e stricto sensu), de acordo com a nossa realidade local. Mas garantir a qualidade dos cursos existentes não inviabiliza o debate sobre quais novos cursos de graduação seriam mais adequados para o desenvolvimento da nossa região. É preciso sim criar novos cursos e somarei esforços para que eles desenvolvam o potencial econômico, educacional, turístico, cultural e social da região Araguaia.
PAULA: Sim. Para realizar essa articulação, apresentaremos uma análise técnica detalhada, considerando as demandas socioeconômicas e educacionais da região, bem como as potencialidades identificadas a partir de estudos específicos. Essa análise será complementada por uma consulta à comunidade acadêmica, sociedade civil e setores produtivos, garantindo que as propostas estejam em consonância com as reais necessidades locais. Também asseguraremos que essas propostas de novos cursos estejam em conformidade com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Instituição. Além da criação de novos cursos, trabalharemos para aprimorar e reestruturar os cursos já existentes, melhorando infraestrutura e recurso humano e discutindo aspectos como regime, turnos de oferta.
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