Primeira Página
O macaco-prego “Guerreiro”, apreendido no dia 30 de maio deste ano pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na casa do médico cirurgião Morato Luiz, em Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá, passa por um processo de reabilitação.
O animal está em um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), desde que foi apreendido.
Segundo o Ibama, o macaco-prego Guerreiro encontra-se em boas condições de saúde, apesar de apresentar alguns comportamentos típicos de animais silvestres criados em ambientes domésticos.
Quando foi resgatado, ele usava fraldas e apresentava hábitos alimentares nocivos, inclusive com alto consumo de açúcar.
Por meio dos estímulos adequados, alguns desses comportamentos começaram a ser revertidos. Guerreiro já bebe água sozinho e a atua atual dieta é formulada por um zootecnista “para garantir o recebimento de toda a nutrição necessária para a saúde e o desenvolvimento do animal”, informou o Ibama para à reportagem.
O caso
O médico cirurgião Morato Luiz Costa resgatou o macaco-prego doente, perto da chácara dele, em Barra do Garças, há cerca de um ano e meio. O animal sobreviveu e ganhou o nome de Guerreiro. Morato lembrou que passou a considerar o animal como parte da família.
“Peguei ele com umas 120 gramas, era muito pequeno. A perna estava tomada de bicho. Achei que não sobreviveria, mas tentei tudo o que pude”, contou.
Morato procurou a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) para garantir a legalidade para a criar o animal silvestre em casa. Ele explicou que adaptou toda a sua casa para que o macaco pudesse ter uma melhor qualidade de vida.
No entanto, o Ibama realizou a apreensão devido a exposição do macaco-prego na internet. O médico que criava o animal ainda foi multado em R$ 5 mil por fazer uso comercial de imagem em situação de abuso e maus-tratos, com base no Artigo 33 do Decreto 6.514/2018.
Durante a vistoria, foi constatado que a licença provisória fornecida pela Sema-MT estava vencida havia mais de seis meses. Essa informação foi confirmada pelo diretor regional da Secretaria em Barra do Garças.
O Ibama ainda informou que, em 2024, o médico já tinha sido alvo de uma fiscalização de fauna após exposição do mesmo animal na internet.
Uma campanha chamada “Volta Guerreiro” foi iniciada nas redes sociais pedindo que o animal seja devolvido para a família.
“Eles não tiraram um animal. Eles tiraram um pedaço da nossa família. Nós não criamos o Guerreiro para o mundo. Criamos ele para viver com a gente, porque ele precisava, porque ele não sobreviveria fora daqui”, finalizou Morato.
A imagem do macaco-prego usada na reportagem é apenas uma ilustração. A foto do verdadeiro macaco-prego apreendido não foi divulgada devido ao processo judicial em andamento.