Ascom Famato
Entre flores, frutas e muita dedicação, a história de dona Irene Otília Flach Lenz, produtora em Gaúcha do Norte, é daquelas que inspiram. Ela nasceu e se criou na zona rural, onde aprendeu desde cedo o valor do trabalho no campo. Passou por várias etapas da vida: da lavoura para a cozinha, da cozinha para o viveiro, sempre movida por um amor enorme pela natureza.
“Eu nunca escolhi serviço. Já trabalhei no preparo do solo, na colheita, fui cozinheira em fazenda… Mas sempre com aquela paixão pela natureza”, conta. E foi justamente durante esse período na cozinha que ela percebeu que poderia ir além. “Trabalhando na cantina, consegui produzir 17 mil mudas de reflorestamento. Ali eu já via que tinha um caminho”, lembra.
Mas o que era paixão virou negócio quando ela e a família decidiram investir na produção de pitaia. No começo, não foi fácil. “Quase deu divórcio”, brinca. O marido, seu Cláudio Cesar, achava uma loucura — e não foi o único. “Muitos me chamaram de doida. Hoje, são os que mais me parabenizam”, diz sorrindo.
Com muito trabalho e dedicação, a persistência deu resultado. Em cinco anos na propriedade, dona Irene viu sua produção saltar de 40 quilos na primeira safra para quase 5 mil quilos na mais recente. E ela não parou na pitaia. Ao lado do pomar, mantém um viveiro cheio de plantas ornamentais e também faz projetos de paisagismo, tanto na cidade quanto nas fazendas da região. “Eu sempre pensei que não dá pra focar só numa coisa. A gente precisa diversificar. E deu certo”, afirma.
Esse crescimento é fruto de um trabalho que envolve toda a família. Seu Cláudio Cesar, que no começo desconfiava, hoje é o maior parceiro de dona Irene, ajudando em todas as atividades da propriedade. “Sem ele e sem nossos colaboradores, nada disso seria possível. Aqui todo mundo soma, cada um tem seu papel e juntos fazemos acontecer”, destaca.
Mas, por trás de todo esse sucesso, tem algo que dona Irene faz questão de reforçar: a importância do conhecimento. E foi no curso de jardinagem oferecido pelo Senar Mato Grosso que ela encontrou ferramentas que fizeram diferença. “Eu tinha muita dúvida sobre enxertia, sobre poda. E aprendi isso lá. Esse curso foi uma sementinha que plantaram na minha vida e que hoje tá dando frutos”, conta.
Ela acredita que o acesso à informação transforma realidades — principalmente para quem, como ela, está começando e precisa de uma oportunidade. “Se você não tem conhecimento, você não vai a lugar nenhum. E muitas vezes, a gente nem sabe onde buscar. O Senar tá sempre ali, oferecendo cursos. Às vezes, a pessoa tá meio perdida, aí vê um curso, dá um clique e pensa: ‘É isso que eu quero fazer da minha vida’”, reflete.
Com o olhar cheio de orgulho, dona Irene resume sua trajetória de forma simples, mas muito verdadeira: “Foi o amor que acabou dando certo. E, se tiver mais oportunidade, a gente vai continuar aproveitando. Porque a gente aprende, cresce e se torna mais independente.”
Os interessados em participar dos cursos do Senar Mato Grosso podem procurar o Sindicato Rural do seu município para saber a programação e como se inscrever.
