JUSTIÇA Quinta-feira, 23 de Setembro de 2021, 21:20 - A | A

23 de Setembro de 2021, 21h:20 - A | A

JUSTIÇA / ENFRENTAMENTO ÀS DROGAS

Procurador-geral defende investimentos nos CAPS e campanhas educativas



O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira, defendeu nesta quinta-feira (23), ao participar de audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa, requerida pelo deputado Gilberto Cattani (PSL), sobre o tema “Conscientização, enfrentamento e combate às drogas”, que a questão seja tratada como um problema de saúde pública e que os governos se estruturem, efetivamente, colocar em prática as ações necessárias para prestar devida assistência aos dependentes químicos e suas famílias.

“O poder público precisa fazer os Caps (Centros de Atenção Psicossocial) do SUS funcionarem com profissionais capacitados, estruturá-los tecnologicamente, e as casas de apoio também precisam estar devidamente estruturadas. Não basta ter psicólogo, que são importantes para dar apoio psicológico, mas também médicos e outros profissionais”, afirmou o procurador-geral de Justiça, que participou de forma virtual da audiência e elogiou a iniciativa do deputado Gilberto Cattani, dada a gravidade do problema. Ele argumentou que a assistência deve ser estendida aos familiares dos usuários, que também sofrem com o problema. “É preciso oferecer carinho, amor e acolhimento”, defendeu.

Com as campanhas educativas realizadas, com as restrições de espaços de uso comum aos fumantes, houve uma redução no uso do cigarro para cerca de 15% da população brasileira, o que é muito significativo

José Antônio Borges destacou a necessidade de serem intensificadas as campanhas de conscientização e prevenção ao consumo de drogas ilícitas, a exemplo do que foi feito, com sucesso, com o cigarro, que obteve resultados significativos. “Com as campanhas educativas realizadas, com as restrições de espaços de uso comum aos fumantes, houve uma redução no uso do cigarro para cerca de 15% da população brasileira, o que é muito significativo. Isso precisa ser feito também com outras drogas lícitas, como o álcool, e as ilícitas”, pontuou.

O procurador reconheceu a importância das casas de apoio no atendimento aos dependentes, mas também cobrou uma maior fiscalização dessas instituições e transparência. “Quando eu atuava na área da infância e adolescência, cheguei a fechar algumas casas de apoio. Não pode um casal, por exemplo, apenas criar uma ‘casa’, sem qualquer estrutura, sem profissionais, receber recursos públicos e não prestar contas”.

As intervenções do procurador foram elogiadas pelo deputado Gilberto Cattani, que teve a iniciativa de realizar a audiência. “O procurador demonstrou ter uma visão muito profunda do problema das drogas e pode nos dar uma grande contribuição”, afirmou.

A delegada Juliana Palhares, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, também ressaltou a experiência do procurador-geral nessa temática, concordando com sua tese de se investir mais em campanhas educativas. “Como disse o procurador, os resultados das campanhas de conscientização contra o uso do cigarro apresentaram bons resultados, e isso poderia ser feito também com relação ao álcool, que provoca danos à saúde, incapacita as pessoas e estimula a violência”, disse a delegada.



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