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POLÍTICA Quarta-feira, 04 de Dezembro de 2019, 12:48 - A | A

04 de Dezembro de 2019, 12h:48 - A | A

POLÍTICA / SUPOSTO APARELHAMENTO

Botelho diz que não vê uso político da Defaz e descarta criar CPI

Prefeito denunciou suposto uso da Delegacia para atender interesses políticos do Governo

Cíntia Borges e Douglas Trielli
Mídia News



O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), afirmou não acreditar no uso da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (Defaz) para atender interesses políticos do Governo do Estado. A denúncia foi feita nesta semana pelo prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB).

Emanuel protocolou junto ao Legislativo um pedido para que seja investigada uma suposta articulação na Polícia Civil para prejudicá-lo.

Em conversa com a imprensa, nesta quarta-feira (4), Botelho disse que nem na gestão do ex-governador Silval Barbosa houve uso indevido da Defaz.

“A polícia, hoje, é totalmente independente. Caso de polícia é de polícia. Nem Silval Barbosa, quando era governador, utilizou a polícia para interesses políticos. Não vejo essa possibilidade”, disse o presidente, citando o ex-governador, que já foi condenado a mais de 13 anos por crimes como corrupção e organização criminosa.

Segundo apurou a reportagem, Emanuel tem cobrado sistematicamente um posicionamento de Botelho. Ele quer que a Assembleia ouça os delegados Lindomar Tofoli e Anderson Veiga, o diretor-geral da Polícia Civil, Mário Dermeval de Resende, e ele mesmo, se for o caso.

Botelho, entretanto, descartou a possibilidade de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as acusações.

“Não tem necessidade de CPI. Não tem argumentos e fatos concretos para se criar uma CPI. Não vejo necessidade”, afirmou.

Botelho disse, ainda, que deve se reunir com os deputados até semana que vem para decidir o encaminhamento do caso.

A possibilidade mais viável, segundo Botelho, é enviar informações para investigação no Ministério Público Estadual (MPE).

“Possivelmente vou passar uma cópia aos deputados e depois, na semana que vem, nos reunimos e veremos se encaminharemos ao Ministério Público e se iremos acompanhar de longe essa investigação. Mas não tem fundamento nenhum para Assembleia fazer alguma coisa mais”, afirmou.

Comissão especial

O presidente da Assembleia disse que deve atender ao pedido do deputado Max Russi (PSB), que sugeriu a criação de uma comissão especial, com até cinco parlamentares, para acompanhar a denúncia do prefeito.

“A Assembleia pode acompanhar e ver como está a investigação, mas é isso que nós vamos fazer. Possivelmente criarei uma comissão para ficar acompanhando. Indo lá no MPE, vendo se tem alguma coisa. É isso que posso fazer”, completou.

Entenda o caso

Segundo o prefeito, os delegados Tofoli e Veiga teriam recebido a incumbência de "incriminá-lo", com base em um boletim de ocorrência feito pela servidora da Saúde municipal Elizabete Maria de Almeida. 

Ela acusa o prefeito de oferecer dinheiro a vereadores para cassar o mandato de Abílio Júnior (PSC), que responde a um processo por quebra de decoro na Comissão de Ética da Câmara.

De acordo com informações que chegaram ao conhecimento de Emanuel, os dois delegados teriam sido expressamente orientados a lhe "detonarem".

Ocorre que, segundo Emanuel, os delegados se recusaram a dar qualquer tipo de encaminhamento à denúncia, por entenderem não haver base sólida nas acusações. 

Por conta disso, o prefeito afirmou que ambos os delegados foram ameaçados de retaliação por parte da diretoria da PJC. Nesta semana, ambos delegados foram retirados da Defaz.

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