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SAÚDE Quinta-feira, 04 de Março de 2021, 20:57 - A | A

04 de Março de 2021, 20h:57 - A | A

SAÚDE / Colapso

Mato Grosso só tem mais 36 leitos de UTI

Dos 21 hospitais públicos de Mato Grosso que atendem pacientes com Covid-19, apenas 10 têm leitos disponíveis

Jefferson Oliveira
Estadão Mato Grosso



O caos na saúde pública de Mato Grosso fica evidente nos dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Conforme a mais recente atualização do Boletim Epidemiológico, no final da tarde desta quinta-feira (4), restam apenas 36 dos 481 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com Covid-19 em todo o estado.

O documento aponta apenas 20 vagas, mas esses números são influenciados pelos hospitais que já passaram a internar os pacientes em leitos de UTI não-covid. É o caso do Hospital Regional de Rondonópolis, que tinha apenas 10 UTIs covid, mas já tem 18 internados com Covid-19, registrando ocupação de 180%.

Com os ajustes na fórmula, a ocupação real das UTIs sai de 96,86% para 92,51%, o que não deixa de representar um colapso do sistema de saúde. Dos 21 hospitais públicos de Mato Grosso que atendem pacientes com Covid-19, apenas 10 têm leitos disponíveis. E nenhum deles está fora da faixa vermelha. O hospital com menor taxa de ocupação tem 69,23% das UTIs utilizadas.

Desde o dia 23 de fevereiro, Mato Grosso registra uma ocupação superior a 80% dos leitos de Terapia Intensiva. No Centro-Oeste, Mato Grosso é o estado que tem a maior proporção de leitos de UTIs Covid-19 para cada 100 mil habitantes. 

Diante dessa situação, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recomendou a adoção de medidas mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades não essenciais, de acordo com a situação epidemiológica e capacidade de atendimento.

O governador Mauro Mendes (DEM) decidiu limitar o funcionamento do comércio até as 19h e impor toque de recolher às 21h. O governo federal até hoje não habilitou 305 leitos de UTIs que o governo de Mato Grosso solicitou para auxiliar no combate à Covid-19. Atualmente, apenas 51 leitos estão habilitados, mas o Estado não recebe os repasses para seu custeio desde dezembro de 2020.

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