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VARIEDADE Segunda-feira, 07 de Março de 2016, 16:16 - A | A

07 de Março de 2016, 16h:16 - A | A

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Chorão: três anos sem um ídolo à moda antiga

Marcão, guitarrista da banda e atual músico do trio Bula, relembra o parceiro: ‘Todo show que faço é uma homenagem, é a memória se fazendo viva’



Alexandre Magno Abrão, o Chorão, foi porta-voz de uma geração. Mas nem sempre sua vida foi feita de bons momentos. O garoto que era amante do skate tinha roteiro fadado ao "fracasso". Filho de família pobre de Santos e de pais separados, ele abandonou os estudos de forma precoce, sofreu com o aperto financeiro e quase perdeu a mãe de derrame quando tinha 14 anos.

Pois ele conseguiu transformar rebeldia juvenil em sucesso comercial absoluto com o Charlie Brown Jr. Porém, infelizmente, sua história encontrou fatídico fim no dia 6 de março de 2013. Chorão foi achado morto em sua casa, em São Paulo, após passar mal por uso excessivo de drogas. O Brasil perdia ali um ídolo à moda antiga.

“Chorão deixou para mim a imagem da verdade. Ele era autêntico em tudo que falava, pensava e fazia. Por isso, o Charlie Brown tem esse valor artístico imensurável”, diz o guitarrista Marcão, que acompanhou o astro na banda e hoje segue com Pinguim e Lena no trio Bula.

O sucesso veio instantaneamente com "Transpiração Contínua Prolongada”, disco de estreia do Charlie Brown Jr, um embrião no grupo What’s Up, que já tinha o baixista Champignon como fiel escudeiro. O vocal carismático, a cozinha azeitada de Pelado (bateria) e Champs, e as guitarras inspiradas de Marcão e Thiago Castanho levaram a mistura de rock, rap, hardcore e reggae ao primeiro escalão do rock nacional.

“Vi tudo acontecer bem de perto e tem um valor especial para mim. Passaram mais de duas décadas desde meu primeiro encontro com o Chorão e foi tudo tão intenso que parece que o tempo não passou”, fala Marcão, emocionado pelos três anos da perda do companheiro de sucessos como “Papo Reto” e “Lugar ao Sol”.

Chorão e seu Charlei Brown Jr. deram credibilidade a uma série de bandas que se inspiraram em seu ‘som de atitude’ e deram ao rock mais espaço na mídia. “As bandas que vieram a seguir se sentiram corajosas com o nosso sucesso. Foi interessante ver o rock, que sempre caminhava na marginal, ficar na história”, relembra o guitarrista.

 

Bula: Marcão, o primeiro da esquerda para direita, relembra com carinho de Chorão (Foto: Inácio Moraes/Gshow)
 
Bula: Marcão, o primeiro da esquerda para direita, relembra com carinho de Chorão (Foto: Inácio Moraes/Gshow)
 
 
Todo show que faço é uma homenagem para Chorão, é a memória se fazendo viva”, resume ele, que sem se dar conta também é parte do retrato de uma geração que cantava junto com Chorão “Vou Te Levar”, na abertura de Malhação.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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