Da Redação
Semana7
Um ano após a liberação do tráfego, o anel viário de Barra do Garças, uma das obras mais esperadas no município e região, mudou a realidade do trânsito na principal avenida da cidade e beneficiou diretamente Pontal do Araguaia (MT) e Aragarças (GO).
A obra, que liga as BRs 070 e 158 possui 9,9 quilômetros de extensão, teve investimentos de 129,6 milhões na construção do contorno, além de 19,3 milhões para os serviços de drenagem, a construção de duas pontes (sobre os rios Araguaia e Garças) e a implantação e pavimentação do contorno em pistas duplicadas até a ponte do rio Garças.
Foram mais de três décadas de espera e transtornos causados pela circulação de veículos pesados na avenida Ministro João Alberto (perímetro urbano da BR-070), com riscos à segurança de motoristas, motociclistas e pedestres, o que ao longo dos anos ocasionou diversos acidentes e vítimas fatais.
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Trânsito na principal avenida de Barra do Garças antes do anel viário
Dados da unidade da Polícia Rodoviária Federal (PRF) dão conta do número de acidentes no perímetro urbano de Barra do Garças antes e depois do anel viário [entregue para tráfego no dia 27 de outubro de 2022]. De outubro de 2021 ao mesmo período de 2022 aconteceram 54 acidentes e que resultaram em quatro mortes.
Já neste último ano (até 25 de outubro), os acidentes tiveram uma redução ínfima, 48, mas sem registro de mortes, o que conta pontos à existência do anel viário. No que diz respeito ao fluxo de veículo no setor urbano, cerca de 18 mil veículos cruzavam diariamente as pontes no mês de julho, em 2022. Para este ano, a média foi de 14 mil no mesmo período, segundo os dados da PRF.
No entanto, destaca-se que, apesar de o tráfego no anel viário ter sido liberado, a obra não foi finalizada em sua totalidade. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsável pela obra, ainda deve realizar a instalação de passarelas para pedestres ao longo da avenida e também a recuperação asfáltica de duas vias danificadas durante a construção do empreendimento, as avenidas Ezequiel de Carvalho e Presidente Vargas, ambas no bairro Nova Barra.
Impactos da obra
A reportagem do Semana7 ouviu os prefeitos Adilson Gonçalves (UB), de Barra do Garças, Adelcino Lopo (MDB), de Pontal do Araguaia e Ricardo Galvão (Republicanos), de Aragarças (GO). A aprovação dos três gestores sobre o contorno viário foi de quase unanimidade.
Para o prefeito de Barra do Garças, a principal melhoria observada após a obra foi o descongestionamento do trânsito no centro da cidade, mais especificamente nas proximidades da rotatória que dá acesso à ponte sobre o rio Garças, na saída para Pontal do Araguaia e Aragarças. Há ainda a expectativa de crescimento dos bairros no entorno e de impacto econômico positivo na região.
Ele também destacou a realização de tratativas com a equipe do DNIT, especialmente sobre a instalação das sete passarelas previstas, uma vez que os moradores do Nova Barra Sul estavam enfrentando dificuldades para realizar a travessia com segurança.
Recentemente, em acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), o município conseguiu a liberação para instalar um semáforo para pedestres nos cruzamentos das ruas Ana Cláudia com Nossa Senhora Aparecida, uma solução temporária para garantir a segurança dos pedestres até que a instalação das passarelas seja concluída.
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Expansão da economia
Ricardo Galvão, gestor de Aragarças, diz que houve grandes benefícios com o anel viário. Em sua avaliação a obra agilizou a viagem de caminhoneiros e beneficiou a população.
“Houve avanço muito grande para nossa região, tanto do lado goiano quanto mato-grossense. [...] posso afirmar que dentro do nosso perímetro urbano houve, por exemplo, manutenção das nossas malhas viárias e até o fluxo de consumidores aumentou consideravelmente. Falo isso através de diálogo com os comerciantes. É possível que um ou outro local tenha sofrido algum tipo de prejuízo quando se atendia diretamente alguns desses caminhoneiros”, explica.
Para o prefeito Adelcino Lopo, “o anel viário trouxe benefício para Pontal do Araguaia em termo da expansão e crescimento. Aquela área em torno desse contorno irá crescer. Outro benefício foi a retirada das carretas porque tínhamos especificamente apenas aquela saída e agora o trânsito flui melhor. Sem contar que a vinda do posto fiscal para Pontal do Araguaia vai melhorar a receita do município”, diz ele.
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A empresária Michelli Karoline Schwingel que administra a Sorvetes Heytto, na avenida Ministro João Alberto, em Barra do Garças, ressalta que a dificuldade de seus clientes para estacionar continua devido ao fluxo de veículos na via. Contudo, ela percebe que mesmo assim houve melhora no trânsito.
“Com a saída das carretas o trânsito é outro. Temos uma rotatividade maior de clientes. Além disso, outro benefício foi a diminuição de acidentes que eram frequentes, mesmo que não muito graves, mas eram comuns nos horários de pico. Então, não somente a clientela que melhora a sua rotatividade, mas a gente também tem menos prejuízos para a sociedade em relação a saúde no trânsito”, afirma.
Mesmo com a liberação do anel viário, alguns caminhoneiros seguem utilizando a avenida Ministro João Alberto. Essa prática trouxe cobranças para que a Prefeitura proíba o tráfego desses veículos pesados na área central de Barra do Garças, contudo, essa medida só pode ser adotada após a municipalização de trecho urbano da rodovia federal.
Ao Semana7, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura informou que já existem tratativas junto ao DNIT para que o trecho do perímetro urbano da BR-070 passe para responsabilidade do município, porém, é necessário aguardar a finalização do anel viário com a instalação das passarelas e recuperação de vias danificadas pela obra.
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