Emily Tinan
da Redação
Após a crise da falta de oxigênio em Manaus, que levou os hospitais da cidade a uma situação de colapso, outros estados e municípios já temem pela falta do insumo. Em Mato Grosso, a empresa Oxigênio Dois Irmãos Eireli, emitiu uma nota no último domingo (21) ao governo de Estado alertando para uma possível falta de fornecimento em 28 unidades de saúde, que a empresa abastece.
O baixo estoque dos insumos, em decorrência ao aumento de pacientes internados com a Covid-19, tem sido alvo de preocupação também para a Secretaria Municipal de Saúde de Querência. Em coletiva de imprensa, a secretária, Lubiane Boer, informou que o município está com dificuldades de repor o estoque de medicamentos para os pacientes em tratamento, em razão da produção nas distribuidoras ser inferior a procura, além dos preços abusivos.
“Estamos tendo muita dificuldade no reabastecimento de algumas medicações, estamos muito preocupados com isso, pois nós equipamos uma estrutura e compramos os equipamentos, mas agora falta matéria prima e insumos para podermos dar assistência aos pacientes”, afirmou Lubiane.
Além da escassez dos medicamentos, a secretária teme uma possível falta de oxigênio no município. “Não existe estoque de oxigênio, é um insumo variável, desta forma, também estamos preocupados com a possibilidade de faltar oxigênio”, alertou.
Em relação as consequências de uma medida mais severa, como um lockdown na cidade, a secretária afirma não acreditar que o fechamento ajudaria a controlar os casos, pelo contrário, “vai ser um caos, pois as pessoas não respeitam nem um final de semana em casa, imagina 10 dias. Sem a falta de conscientização será uma tragédia na saúde, pois as pessoas irão aproveitar para viajar e aglomerar”, disse.
Para a diretora do Hospital Municipal, Juliana Molina, o número de casos de contaminação só irão diminuir no município quando a população criar mentalidade sobre a importância das medidas de segurança. “Não é um leito de UTI que irá salvar, mas sim a conscientização. Ter mais um leito é bom para dar suporte, mas ele não é garantia de vida para ninguém”, pontuou.
Números da pandemia
Conforme o boletim epidemiológico de terça-feira (23), Querência chegou a 1.745 casos contaminados desde o início da pandemia. Desse número, 1.583 foram recuperados, sendo 132 casos ainda em tratamento.
A cidade registrou mais duas vítimas fatais pelo vírus, chegando a 30 óbitos.
Ainda segundo o documento, a cidade está com 16 leitos ocupados, a taxa é de 123%. Ainda foram transferidos dois pacientes que estão em tratamento em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).