BARRA DO GARÇAS 00:00:00 Quarta-feira, 04 de Dezembro de 2024

CIDADES Sexta-feira, 13 de Janeiro de 2023, 10:50 - A | A

13 de Janeiro de 2023, 10h:50 - A | A

CIDADES / Quebra-quebra no DF

Ronaldo Violino diz que foi à Brasília para caminhada pacífica e cita vândalos "infiltrados"; vídeo

Músico da região de Barra do Garças identificado em manifestações negou ter participado das invasões e ataques aos prédios sedes dos Três Poderes

Andrezza Dias
Da Redação



O músico Ronaldo Violino, um dos moradores da região de Barra do Garças (MT) identificados em manifestações com pautas antidemocráticas em Brasília (DF), no último domingo (08), negou que tenha participado das invasões e ataques aos prédios sedes dos Três Poderes.

Em entrevista ao Semana7, na terça-feira (10), ele afirmou que o grupo de aproximadamente 35 pessoas de Barra do Garças viajou até a capital federal para fazer protestos pacíficos semelhantes aos que ocorreram em frente ao quartel do 58º Batalhão de Infantaria Motorizado do Exército Brasileiro, em Aragarças (GO), por não aceitarem a vitória do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.

Ainda de acordo com o músico, o vídeo que viralizou nas redes sociais em que ele aparece junto a outros manifestantes em Brasília foi gravado durante uma caminhada até a Esplanada dos Ministérios. “Eles [manifestantes] queriam subir lá até o Exército assumir e acionar o artigo 142, acionar a intervenção federal militar”, disse.

Esse artigo da Constituição Federal trata das funções das Forças Armadas e aponta que as instituições que a compõem — Exército, Marinha e Aeronáutica — são responsáveis pela garantia dos Poderes constitucionais e, com base nisso, devem manter a ordem no país. Entretanto, essa previsão constitucional não autoriza uma intervenção militar a pretexto de “restaurar a ordem”, conforme já esclarecido em um parecer elaborado pela Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, em 2020.

Ronaldo Violino ressaltou que quando o grupo chegou na Esplanada dos Ministérios a barreira da Polícia Militar tinha sido rompida e já havia “infiltrados” depredando os prédios. “Eu tenho vídeos e fotos dos infiltrados, que inclusive foram presos mais de 100 mascarados. Nós, os patriotas, estávamos de rostos livres, com bandeiras, nada de máscaras. Na verdade, nós estávamos defendendo. Tenho vídeos dos patriotas pegando os que estavam quebrando e os levando para a polícia. Não quebramos nada”, declarou. Ele também enviou um vídeo à reportagem, de sua autoria, em que "patriotas" gritam "não quebra, não quebra" no momento da ação dos vândalos. (Veja abaixo)

Questionado sobre o motivo dos atos contra o resultado das urnas, as quais também elegeram candidatos de direita por todo o país e que fizeram partidos como o PL conseguir a maior bancada na Câmara Federal e no Senado, o músico afirmou que “tudo o que o povo quer é que entreguem o código-fonte. Não tem fraude? Não tem nada? Vai todo mundo calado para casa, só queremos legitimidade sobre as eleições”. Ele concluiu dizendo que é a favor do cancelamento das últimas eleições para ambos os turnos e “lados”.

Apesar de ter declarado apoio à reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, Ronaldo afirmou que não é bolsonarista e que os protestos do último domingo não teriam relação com o candidato derrotado. De acordo com ele, o movimento defende a entrega dos códigos-fonte e novas eleições.

No dia 9 de novembro de 2022, o Ministério da Defesa encaminhou ao TSE um relatório técnico de fiscalização das urnas eletrônicas produzido pelas Forças Armadas. O documento não apresentou provas e nem indícios de fraude nas eleições, porém, citou a possibilidade de risco à segurança na fase de preparação dos programas instalados nas máquinas.

Após isso, uma onda de fake news alegando que as Forças Armadas ameaçaram não aceitar o resultado das eleições caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não entregasse o código-fonte das urnas eletrônicas e que a Corte Eleitoral ainda não teria "acatado" a solicitação dos militares para, supostamente, "acabar com as dúvidas da quantidade de fraudes" no pleito presidencial foram disseminadas em grupos de aplicativo de mensagens. No entanto, a Justiça Eleitoral esclareceu que entidades fiscalizadoras do processo eleitoral, incluindo as Forças Armadas, tiveram acesso ao código-fonte desde 2021. Além disso, os militares o inspecionaram em agosto de 2022.

Entre no grupo do Semana7 no WhatsApp e receba notícias em tempo real (Clique AQUI).

 


Comente esta notícia