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CIDADES Terça-feira, 26 de Março de 2024, 09:15 - A | A

26 de Março de 2024, 09h:15 - A | A

CIDADES / TRANSPORTE PÚBLICO

Sem concorrência, Garçastur pressiona prefeitura por subsídios e ameaça paralisar transporte público

Em dezembro do ano passado, o valor das passagens foi reajustado de R$ 6,00 para R$ 7,00, (aumento de 16,6%)

Eduarda Peres
Agência de Jornalismo Focaia - UFMT



A Prefeitura de Barra do Garças e a Garçastur (Delta Express) mantêm disputa em torno do transporte público, que corre o risco de paralisação como consequência de desentendimento nas negociações. O executivo municipal é pressionado por aumentos nas passagens de ônibus, o que vem cedendo ao longo dos anos, mesmo assim a empresa, de maneira recorrente, alega prejuízos na prestação do serviço, solicitando a liberação de recursos públicos para manter o transporte funcionando.

O Prefeito de Barra do Garças, Adilson Gonçalves de Macedo (PSD), após negociação com a empresa, concedeu em dezembro do ano passado reajuste no valor das passagens do Transporte Coletivo Urbano, de R$ 6,00 para R$ 7,00 (aumento de 16,6%), valor que entrou em vigor no mesmo mês da aprovação.

O reajuste havia sido solicitado oficialmente, desde 2022 pela Garçastur, única empresa responsável pelo transporte coletivo da cidade de Barra do Garças. Como a concessão do valor da passagem do transporte público é anual, em maio do ano passado a prefeitura havia concedido a mudança de preço, com aumento de R$ 4,75 para R$ 6,00 (26,31%), mas a empresa entrou em campo para que o valor chegasse aos 7,00, recusado, então, pelo executivo na época.

Segundo Paulo Augusto de Souza, diretor executivo da Garçastur, alguns dos entraves no transporte coletivo local são motivadores para solicitação de reajuste. O primeiro deles é falta de qualquer subsídio da prefeitura e estado no sistema de transporte público no munícipio.

O excesso de gratuidades também é um problema para a empresa, como a meia tarifa urbana estudantil, sem a devida compensação. Com o preço alto do diesel, a integração gratuita no terminal, ausência de infraestrutura no transporte coletivo tornam a prestação do serviço inviável financeiramente para a empresa, alega Souza.

A empresa destaca ainda como problema para o negócio, os ônibus mantidos pelas instituições que oferecem o transporte gratuito, as viagens clandestinas que atuam livremente, que retiram usuários do sistema oferecido pela Garçastur, ocasionando consequência para o caixa da empresa. 

O que diz a Prefeitura

A Prefeitura Municipal de Barra do Garças, por meio de sua assessoria, diz conhecer todas as reclamações da empresa do transporte público municipal, o que serviu de base para os aumentos do preço das passagens.

Na solicitação do reajuste, a Garçastur apresentou relatórios alegando que o valor praticado anteriormente não era suficiente para custear a manutenção e a circulação dos ônibus, e caso o aumento não fosse concedido haveria a possibilidade de interrupção do serviço.

A discussão entre a prefeitura e a empresa não teve início neste ano. Em 2021, período de pandemia e afastamento social, o município disponibilizou subsídios à Garçastur, num período de três meses, no sentido de atender as reivindicações da empresa e, assim, manter a continuidade do serviço. O benefício foi oferecido, como alega a prefeitura, mesmo em um período delicado para a economia da cidade.

Após o término do subsídio, a empresa voltou às negociações, alegando o agravamento da crise financeira, referente à baixa quantidade de passageiros pagantes, chegando a advertir, como medida, a suspensão da gratuidade dos idosos e da tarifa reduzida em 50% para estudantes.

Ato contínuo, conforme a assessoria da prefeitura, o executivo municipal ingressou com uma ação civil pública de obrigação, contra a empresa, conseguindo na Justiça uma liminar e, posteriormente, uma sentença favorável, garantindo a permanência desses benefícios aos idosos e estudantes.

A Justiça também determinou que a empresa pode, a qualquer momento, solicitar a suspensão definitiva ou temporária da prestação de serviço, desde que cumpra um tempo mínimo de adaptação dos usuários.

Diante do impasse com a Garçastur, que constantemente avalia a paralisação do serviço do transporte público municipal, a prefeitura deu início aos trâmites legais para abertura do Edital de licitação, com objetivo de abrir espaço para a concorrência do serviço, destaca a assessoria do executivo municipal.

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Sebastiao 26/03/2024

Já que não funciona, porque essa empresa ainda opera em nossa cidade e em Aragarças?

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1 comentários