Paulo Henrique Fanaia
Há três anos, o casal indígena formado pelas jovens D.S.S. e S.G.B.K.K. não tinham noção do presente que ganhariam em maio de 2025. Com a ajuda da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), elas conseguiram realizar o sonho de adotar uma criança indígena de uma etnia diferente.
Moradoras de Luciara (1.081km de Cuiabá), D.S.S. conta que a mãe biológica da criança a procurou logo no início da gravidez e disse que não tinha interesse de cuidar do filho que estava gerando. Como ela e sua esposa sempre sonharam em adotar uma criança, elas buscaram a ajuda da Funai, afinal, tanto elas quanto a mãe biológica da criança são indígenas, porém de etnias diferentes.
“Quando a genitora veio falar comigo, ela perguntou se eu e minha esposa queríamos cuidar da criança quando ela nascesse. A genitora sempre deixou claro que a preferência dela era por doar o filho para um casal indígena, porque na cultura indígena, quando a mãe não quer o filho ela doa para uma família. Mas conhecendo a lei, nós procuramos a Funai para nos orientar. Foi aí que eles nos orientaram a buscar a Defensoria Pública em São Félix do Araguaia”, conta D.S.S.
No Núcleo da DPEMT em São Félix do Araguaia (1061km de Cuiabá), o casal e a genitora da criança foram atendidas pelo defensor público Robson Guimarães, que conversou com cada família de forma individualizada e com a ajuda da Funai pode explicar de maneira detalhada para cada uma delas como funcionaria cada processo, afinal, seriam duas demandas em separado: um processo de entrega legal proposto pela genitora e um processo de habilitação de adoção movido pelo casal adotante.