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GERAL & ECONOMIA Sexta-feira, 29 de Janeiro de 2021, 07:20 - A | A

29 de Janeiro de 2021, 07h:20 - A | A

GERAL & ECONOMIA / Protesto

Saúde indígena do Mato Grosso do Sul está em colapso, lideranças cobram soluções

Lideranças indígenas dos povos Terena e Guarani Kaiowá ocupam DSEI em protesto ao descaso com a precariedade da saúde indígena no estado. Além de melhorias estruturais no DSEI, as lideranças exigem também vacinas para todos os indígenas. 



Cerca de 80 lideranças indígenas, entre parlamentares e representantes locais, reivindicam diálogo com a diretoria do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Mato Grosso do Sul para discutir a necessidade de melhorias na saúde. Além do descaso, ocorre também a falta de insumos e demissões em massa dos profissionais de saúde, prejudicando o atendimento nas aldeias.  

No início de janeiro, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) denunciou as demissões arbitrárias e a falta de estrutura no Pólo Base de Dourados. A preocupação até aquele momento era uma segunda onda de contaminação por Covid-19, cenário que se confirma e agrava a situação no estado. Nenhum investimento nas condições de trabalho dos profissionais de saúde tem sido efetivo para dar conta da demanda de atendimento, inclusive a compra de insumos muitas vezes depende do financiamento colaborativo feito pelas organizações indígenas e sociedade civil. 

A vacinação de todos os indígenas, independente do lugar onde residem é outra reivindicação feita pelas lideranças, pois o Governo Federal usa do racismo institucional para limitar a imunização dos povos indígenas residentes em territórios homologados pela União, excluindo uma parte significativa da população indígena.

Uma ação civil do Ministério Público Federal solicita o cadastramento de todos os indígenas localizados em áreas urbanas ou em contextos urbanos, de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, mesmo que não sejam residentes em territórios tradicionais, sob pena de multa por descumprimento da liminar. Além disso, o pedido demanda também a regularização do atendimento e a contratação de Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena no prazo de 90 dias. 

O vírus não espera, já são mais de 47 mil indígenas infectados pela Covid-19. Dos 900 óbitos registrados entre povos originários em decorrência do novo coronavírus, o povo Terena é o terceiro mais atingido. 

Sobre a ocupação, as lideranças receberam um comunicado de que em 24 horas terão uma reunião com o Secretário de Saúde Indígena, Robson Sousa da Silva, e aguardam acampados no distrito.



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