Diego Frederici
Folha Max
A 1ª Vara Especializada em Recuperação Judicial e Falência determinou o desmembramento de um mandado de busca e apreensão contra a Três Irmãos Engenharia – de propriedade do deputado estadual Carlos Avalone (PSDB), e que encontra-se em processo de recuperação judicial com dívidas de R$ 70 milhões.
O magistrado atendeu a um pedido do Banco Bradesco, um dos credores da organização, que pretende apreender pelo menos dois maquinários da empresa em crise.
Em despacho do último dia 11 de outubro, a 1ª Vara atendeu o pedido do desmembramento. Um mandado de busca e apreensão expedido anteriormente apreendeu apenas um “Compactador Vibratório Dynaoac Ca 250” da organização. Com a nova ordem, o Banco Bradesco espera “confiscar” outros dois compactadores.
“A parte autora pugnou pelo desentranhamento do mandado para nova tentativa de apreensão dos demais bens. Assim, defiro o pedido formulado pela instituição financeira, e determino o desentranhamento do mandando de busca e apreensão dos bens discriminados”, diz trecho do despacho.
De acordo com informações do processo de recuperação judicial, até o ano de 2014, a empresa tinha “aproximadamente” 1 mil funcionários diretos. No mesmo ano, porém, a organização demitiu 300 deles, contando com 700 trabalhadores a partir de novembro daquele ano.
“Salienta que até o final do ano de 2014 o grupo contava com aproximadamente 1.000 funcionários contratados de forma direta. Este número foi drasticamente reduzido para 700 em decorrência da crise nacional instalada no país a partir de novembro de 2014 e, internamente, pela suspensão dos pagamentos pelo Governo do Estado”, diz trecho dos autos.
A organização em crise também reclama que foi prejudicada pelo “reajuste astronômico” de 40% nos custos de energia e combustível.
“Além disso, a situação foi agravada pelo reajuste no astronômico percentual de aproximadamente 40% sobre os insumos de produção, tais como energia e combustível (derivados de petróleo), conduzindo à situação de elevado endividamento e falta de capital de giro, ocasionando reiteradas rolagens e renegociações de dívidas junto aos bancos, elevando o nível de endividamento junto às instituições financeiras”.
O processo de recuperação judicial também relata que a empresa entrou de vez em derrocada após ser alvo da operação “Malebolge” (12ª fase da “Ararath”), deflagrada em setembro de 2017 pelo Ministério Público Federal (MPF).
“Relatam que as dificuldades das empresas se acentuaram com ações de busca e apreensão que constritaram 50 unidades de veículos e implementos utilizados na atividade fim das autoras, causando-lhe grande impacto negativo nas atividades empresariais, decorrente da subtração de bens de capital essenciais aos serviços prestados, majorando a crise econômico-financeira experimentada”.