Araguaia Notícia
Com Redação
Terminou por volta das 23h de terça-feira (20) o Júri Popular do casal acusado do assassinato do caminhoneiro Marcos Batista Martini, de 26 anos, morto com dois tiros em abril de 2006. O caso ocorreu a mais de 13 anos e só agora a polícia conseguiu confirmar a autoria do crime. Condenados, os dois negam terem culpa.
O vendedor de panelas Olicemar Andrade foi sentenciado a 8 anos de prisão. Renata Cristina, que não compareceu ao julgamento, alegando morar na Itália, pegou 6 anos e 8 meses. A pena considerou o fato de os acusados serem réus primários. O crime foi tipificado como homicídio simples, e não qualificado.
Olicemar já saiu do júri na viatura do sistema prisional para iniciar o cumprimento da pena em regime fechado. No entanto, depois de cumprir um terço, em torno de dois anos, ele já terá direito a progressão de pena, ou seja, liberdade condicional.
Com relação à situação de Renata, o advogado dela, Vinicius Ribeiro, defendeu sua inocência e disse que irá recorrer à sentença. A Justiça brasileira pode pedir a extradição da condenada.
Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), havia um triângulo amoroso, em que Renata, que era namorada de Marcos, também tinha um caso com Olicemar. Ambos negam a autoria do crime crime.
No dia do crime, Marcos esteve na casa de Renata onde tiveram relação sexual. Quando a vítima retornava para casa, no bairro Recanto das Acácias, o jovem caminhoneiro foi alvejado com dois tiros na avenida principal do BNH.
A polícia apurou que os disparos partiram de Olicemar e que o vendedor de panelas ficou sabendo que Marcos iria passar por ali através de Renata. A polícia e o Ministério Público entendem que a jovem, ao passar essa informação, contribuiu com a morte do caminhoneiro.
O advogado Vinicius Ribeiro, que foi contratado por Renata, explicou que a cliente dele não compareceu devido ao fato de morar na Europa e negou que seja uma estratégia de defesa. “A Renata amava o Marcos e jamais quis a morte dele. Foi lido no início do julgamento um relatório da operadora Vivo que afirmou que não tem como precisar que Renata e Olicemar estavam juntos no dia do crime e não tem como dizer que ela quis a morte dele”, aponta.
O MPE sustentou que Renata colaborou com informações para que o homicídio ocorresse. Uma ligação telefônica entre os dois foi detectada momentos antes do crime, com o sinal de Olicemar em uma torre do bairro BNH, próximo ao local do ocorrido.
Durante o processo, Olicemar admitiu sua paixão por Renata e insinuou que estava sendo preso como bode expiatório. “Eu sou inocente e vou morrer afirmando isso”, declarou.
A família de Marcos, que se mudou para Bahia, se diz satisfeita e acredita que foi feita justiça com relação à morte do caminhoneiro.