BARRA DO GARÇAS 00:00:00 Sexta-feira, 25 de Abril de 2025

JUSTIÇA Quarta-feira, 25 de Setembro de 2019, 09:15 - A | A

25 de Setembro de 2019, 09h:15 - A | A

JUSTIÇA / Mesalinho no Paiaguás

Empresário confessa que pagava propina para executar obras na Sinfra de MT

MT Integrado foi uma das principais políticas públicas da gestão Silval Barbosa

Diego Frederici
Folha Max



O empresário Leonir Romano Baggio, dono da construtora Apuí, prestou um depoimento na Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz-MT) onde confirmou o pagamento de propina no programa MT Integrado – uma das principais políticas públicas da gestão do ex-governador Silval Barbosa. O MT Integrado foi um programa da gestão Silval Barbosa (sem partido) que previa o asfaltamento de rodovias e estradas em Mato Grosso.

O próprio ex-governador já havia relatado o esquema de propinas em torno da política pública e apontou que um “mensalinho” era pago a deputados estaduais como forma de obter “apoio” dos membros do Poder Legislativo aos seus projetos. “Com efeito, o empresário afirma que o retorno da propina ocorreu em contratos cuja licitação se deu em 2009/2010, sendo que o início das obras aconteceu apenas em 2012; tais empreendimentos faziam parte do programa do MT Integrado e os valores recebidos pela execução das obras eram repassados pela Petrobrás, em razão de Convênio celebrado com o Estado”, relata a Defaz-MT.

Os valores que eram pagos aos parlamentares variavam entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. Os ex-deputados estaduais Gilmar Fabris e Luiz Marinho foram denunciados neste mês de setembro pelo Ministério Público do Estado (MP-MT).

Em relação a Fabris, conforme a denúncia assinada no dia 16 de setembro pelo promotor de Justiça Arnaldo Justino da Silva, o MP-MT pede um bloqueio de R$ 4,2 milhões, a restituição de R$ 600 mil, o pagamento de multa civil de R$ 1,8 milhão além de dano moral coletivo da ordem de R$ 1,8 milhão. Já Luiz Marinho, denunciado um dia depois (17 de setembro), o MP-MT pede o bloqueio no valor de R$ 2,8 milhões, o ressarcimento de R$ 400 mil, exige o pagamento de uma multa civil de R$ 1,2 além de dano moral coletivo de R$ 1,2 milhão.

Não há informações sobre o pagamento de propina a conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), que também teriam recebido recursos ilícitos para aprovar as contas de gestão de Silval Barbosa e também não colocar “entraves” na execução do MT Integrado. Cinco conselheiros do TCE-MT - José Carlos Novelli, Antônio Joaquim de Moraes Filho, Valter Albano, Waldir Teiss e Sérgio Ricardo de Almeida -, foram afastados após delação do ex-governador Silval Barbosa, que disse em seus depoimentos que pagou uma propina de R$ 50 milhões ao grupo.

Comente esta notícia