G1 MT
O delegado e ex-secretário de Segurança de Mato Grosso Rogers Jarbas, réu na ação que investiga interceptações telefônicas ilegais no estado, escândalo que ficou nacionalmente conhecido como “grampolândia pantaneira”, protocolou um documento com mais de 200 páginas junto ao Ministério Público Estadual (MPE) e Polícia Federal (PF) solicitando a abertura de investigação contra as delegadas Alana Derlene Souza Cardoso e Alessandra Saturnino de Souza Cozzolino.
O documento também foi entregue à Corregedoria da Polícia Civil, para instauração de processo disciplinar contra as delegadas. A instituição, porém, só irá se pronunciar após o parecer do MPE.
Na quarta-feira (31), o juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues recebeu a denúncia contra o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, primo do ex-governador Pedro Taques, que tornou-se réu na ação, e determinou o arquivamento da denúncia contra as duas delegadas.
O pedido para arquivar a denúncia contra Alana e Alessandra foi feito pelo próprio MPE, por entender que elas foram induzidas a erro ao pedirem a interceptação telefônica de outras pessoas no curso de uma investigação criminal.
Prorrogação
O desembargador Orlando Perri, responsável pela ação no Tribunal de Justiça, havia determinado que o inquérito que investiga os réus da “grampolândia pantaneira” deveria terminar na próxima segunda-feira (5), porém, os três novos delegados responsáveis pelas investigações dos grampos ilegais, Rafael Mendes Scatalon, Jannira Laranjeira Siqueira e Luciana Batista Canaverde devem pedir a prorrogação da data.
Grampos
Os telefones foram interceptados com autorização judicial. Os documentos pedindo à Justiça autorização para isso foram assinados pelo cabo da PM, Gerson Luiz Ferreira Correia Júnior, numa suposta investigação de crimes cometidos por PMs.
No entanto, foram juntados os telefones de quem não era suspeito de crime algum, numa manobra chamada "barriga de aluguel".
O caso foi denunciado pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, à época secretário de Segurança Pública. Em depoimento encaminhado à Procuradoria-Geral da República, ele afirmou que, naquele ano, ouviu o coronel Zaqueu Barbosa, comandante da PM à época, dizer que as interceptações telefônicas eram feitas por determinação de Pedro Taques (PSDB).
Zaque alega ainda que levou o assunto ao governador, que ficou constrangido, mas não fez nenhum comentário. Depois, Taques acusou Zaque de fraudar um protocolo da denúncia no governo.
Recentemente, Orlando Perri determinou investigação contra Taques por denunciação caluniosa contra Mauro Zaque.