A Gazeta
Duas operações da Polícia Federal podem levar à anulação das eleições municipais em Brasnorte (a 580 km de Cuiabá). A primeira envolve o transporte de mais de 100 eleitores indígenas da etnia Enawene Nawe, que teriam sido aliciados para influenciar o resultado das urnas. A segunda é a Operação Fallere, que investiga um esquema de vazamento de um vídeo íntimo do delegado e candidato a prefeito da cidade, Eric Fantin (PL).]
A sigla solicitou habilitação como terceiro interessado para acompanhar as investigações do Ministério Público Federal (MPF). O presidente estadual do PL, Ananias Martins, afirmou que o partido está acompanhando a situação e dará apoio ao filiado. “Nós vamos apoiar os nossos membros. E se ficar provado que foi uma armação, vamos estar com o delegado caso ocorra uma nova eleição”, disse Ananias.
Nas investigações, a Polícia Federal apura a transferência dos eleitores indígenas para Brasnorte, com a suspeita de que um grupo político teria facilitado a mudança de títulos eleitorais para que esses indígenas votassem em determinados candidatos a vereador e no candidato a prefeito Edelo Marcelo Ferrari (União), que foi reeleito. Dois servidores da prefeitura foram alvos, sendo João Gomes e Rogério.
Na Operação Fallere, deflagrada na última sexta-feira (8), a PF investiga o presidente municipal do MDB, Alessandro Rogério Aguiar, conhecido como “Pelúcia”, e o vereador Reginaldo Martins Ribeiro, o “Carrerinha” (MDB), por suspeita de financiarem e divulgarem o vídeo íntimo do delegado Eric. Ambos foram alvos de mandados de busca e apreensão.
A apuração revela que Douglas Henrique Santos Porto, assessor do prefeito reeleito, também é investigado por supostamente ter contratado uma profissional do sexo para o esquema. Renata Simões, ex-namorada de Porto, também foi alvo de busca e apreensão. Na casa de Alessandro Aguiar, a PF encontrou R$ 100 mil em espécie, uma arma de fogo, celulares e munição. Aguiar foi preso, pagou fiança de R$ 14 mil e foi liberado no mesmo dia.
O jornal A Gazeta tentou contato com o delegado Eric, que informou que as investigações estão em segredo de Justiça e preferiu não se pronunciar. Alessandro e Reginaldo também não responderam às tentativas de contato. Já o prefeito eleito não atendeu às ligações nem respondeu as mensagens sobre os dois casos.
Após o caso vir a a tona em agosto, a Polícia Civil e pelo Ministério Público Eleitoral abriram um inquérito conseguiram identificar um cabeleireiro suspeito de ter editado e compartilhado em grupos de WhatsApp. Ele foi preso em flagrante em setembro e acusado de divulgação não autorizada de cenas de sexo. Como se tratou de crime político, foi encaminhado para a PF.