Quem me acompanha sabe que desde o famigerado episódio do paletó tenho agido de forma constante contra os desmandos, a corrupção, a ingerência e a irresponsabilidade que reinam nas gestões Emanuel Pinheiro. Foram inúmeras solicitações de afastamento, diversos pedidos de cassação, CPIs que resultaram em operações e desdobramentos no judiciário, como a intervenção na secretaria de saúde e a mais recente suspensão da cobrança do IPTU, determinada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, por conta do aumento abusivo, extorsivo, contra o qual também bradei feito um louco naquela tribuna da Câmara de Vereadores, junto a uma minoria de valorosos companheiros, que vêm travando essa luta quase inglória contra Emanuel. Esse que está escrevendo seu nome na história de Cuiabá como o gestor mais corrupto, sanguinário e cruel que já tivemos.
Digo corrupto com todas as letras, sustentado pelas sucessivas operações policiais na prefeitura. Sanguinário pelas inúmeras mortes causadas pela corrupção e incompetência na gestão da saúde da capital. Cruel porque, de forma aparentemente sádica, alimenta conflitos com o judiciário, com o ministério público, com o governo estadual, que atravancam a nossa cidade na segurança, na mobilidade urbana, iluminação pública, entre tantos outros setores e que atingem muito mais os próprios cuiabanos - que ele diz amar - do que seus desafetos políticos pessoais.
E Emanuel parece que não se cansa de fazer o povo sofrer. Na sua sanha desenfreada pelo poder, não dá o braço a torcer, a ponto de praticamente largar a cidade e se mudar para Brasília, tentando todas as manobras jurídicas possíveis para mantê-lo no cargo. Enquanto isso, o povo aqui sofre, como a família do Sr. Orlando, motociclista de 60 anos, que perdeu a vida trabalhando nas ruas de Cuiabá, cuja cena chocou Mato Grosso inteiro. Diante de tantos escândalos e dessa obsessão de Emanuel.
Diante de tantas tentativas frustradas, sejam políticas ou jurídicas, de afastá-lo. Diante do apelo de inúmeros cuiabanos, representantes de classe, associações, cidadãos comuns que padecem por esse desgoverno, não nos resta outro recurso a não ser pedir em coro:
Renuncia, Emanuel.
Se você realmente ama Cuiabá, ama nosso povo, tem respeito pela nossa gente, renuncia, Emanuel. Suas atitudes têm causado instabilidade política altamente nociva para todos nós. O esforço que empreende tentando se livrar da Justiça envergonha os servidores públicos municipais, que só querem trabalhar em paz. Esse abandono da cidade faz a população sofrer demais… Qualquer um que assumir hoje a prefeitura, já é melhor do que esse desequilíbrio desumano que você vem nos causando.
Renuncia, Emanuel. Dê a Cuiabá esse presente no próximo dia 8 de abril, quando completamos 304 anos. Renuncia. Quem sabe um dia, por esse gesto de redenção, nossa história possa ao menos tentar depurá-lo por um último ato de amor.
Diego Guimarães, é Deputado Estadual por Mato Grosso e ex-vereador por Cuiabá.