Este artigo de opnião representa a visão do autor e não necessariamente a opnião do Semana7.
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No dia 8 de janeiro de 2023, o Brasil vivenciou uma tentativa cruel e vergonhosa de golpe contra o Estado Democrático de Direito. Esse dia ficará marcado como um dos capítulos mais sombrios da nossa história recente. A invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília por grupos extremistas que desprezam os valores da democracia e o voto popular não foram apenas um ataque físico aos prédios que simbolizam a democracia brasileira, foram um ataque direto aos pilares que sustentam nossa República.
Os atos terroristas daquele dia ecoaram as cicatrizes de um passado que muitos acreditavam superado: a tentativa de silenciar a pluralidade, a vontade popular e impor, pela força, um projeto autoritário. Não foi espontâneo. Foi planejado, financiado e incentivado por uma rede de ódio, de mentira e da polarização que dividiu o país, capitaneado por Jair Bolsonaro e seus aliados.
Memória, verdade e justiça são imprescindíveis. Memória, para nunca esquecermos que a democracia é frágil e precisa ser defendida todos os dias. Verdade, para expor os responsáveis — dos executores aos financiadores, passando pelos que se omitiram e incentivaram. E justiça, para que os crimes cometidos não fiquem impunes e para que o Brasil possa seguir em frente com a certeza de que não há espaço para o autoritarismo em nosso país.
Exigimos a responsabilização de Jair Bolsonaro, dos militares e de todos aqueles que articularam e financiaram a tentativa de golpe.
Que o 08 de janeiro de 2023 seja lembrado como o dia em que a democracia foi atacada, mas também o dia em que aqueles e aquelas que acreditam no Brasil reafirmaram seu compromisso inabalável com a liberdade, a igualdade e o respeito às instituições.
Queremos memória, verdade e justiça, para que não se esqueça e que nunca mais aconteça. O futuro exige coragem.
Manuella Mirella é presidenta da União Nacional do Estudantes - UNE e estudante de engenharia ambiental da FMU.