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OPINIÃO Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024, 13:16 - A | A

11 de Dezembro de 2024, 13h:16 - A | A

OPINIÃO / MAX LIMA

Tive um Infarto, posso fazer exercícios?

Retomada da atividade física deve ser conduzida de maneira criteriosa



A prática de exercícios físicos após um infarto do miocárdio (IAM) é não apenas possível, mas também altamente recomendada na maioria dos casos. Diversos estudos comprovam que a reabilitação física pode melhorar a qualidade de vida, reduzir a mortalidade cardiovascular e prevenir novos eventos cardíacos. 

No entanto, a retomada da atividade física deve ser conduzida de maneira criteriosa, com a avaliação e acompanhamento de um cardiologista como peça-chave nesse processo. 

Por que o exercício é importante após o infarto? 

Após um infarto, o coração passa por adaptações estruturais e funcionais. O exercício físico, quando bem orientado, oferece os seguintes benefícios:

Melhora da função cardiovascular: Aumenta a eficiência do coração em bombear sangue, reduzindo a carga sobre ele. 

Controle de fatores de risco: Auxilia no controle da hipertensão, diabetes, obesidade e dislipidemias. 

Redução do estresse: Contribui para a saúde mental e alivia sintomas de ansiedade e depressão. 

Prevenção de novos eventos: Reduz a inflamação e melhora a elasticidade das artérias. 

A Importância da Avaliação Cardiológica 

Antes de iniciar qualquer programa de exercícios, é essencial realizar uma avaliação completa com um cardiologista. Essa etapa inclui: 

Histórico clínico e exame físico: Identificar condições associadas que possam influenciar a segurança do exercício. 

Testes diagnósticos: Um teste ergométrico ou ecocardiograma de estresse pode ser solicitado para avaliar a capacidade funcional e possíveis alterações isquêmicas. 

Ajuste da medicação: Muitos pacientes precisam de ajustes nas doses de medicamentos, como betabloqueadores, para melhorar a tolerância ao esforço. 

Durante a Prática de Exercícios 

A supervisão médica contínua é indispensável para garantir segurança. Programas de reabilitação cardíaca supervisionados são considerados o padrão-ouro, especialmente nos primeiros meses após o infarto. 

Monitore a intensidade: O uso de frequencímetros e a percepção de esforço são ferramentas úteis para evitar sobrecarga. 

Priorize exercícios aeróbicos: Caminhada, ciclismo e natação são indicados, começando com baixa intensidade e aumentando progressivamente.

Inclua treinamento resistido: Após liberação médica, exercícios de força leve a moderada ajudam na saúde muscular e óssea. 

Acompanhamento a Longo Prazo 

O papel do cardiologista não termina com a liberação inicial para atividade física. Avaliações regulares são fundamentais para monitorar a evolução do paciente e ajustar o plano de exercícios, conforme necessário. 

Reavaliações periódicas: Garantem a segurança e identificam possíveis complicações precocemente. 

Educação contínua: O paciente deve entender os sinais de alerta, como dor no peito, tontura ou falta de ar excessiva, que indicam a necessidade de interromper o exercício e procurar ajuda médica. 

Conclusão: 

Sim, é possível e altamente benéfico fazer exercícios após um infarto. No entanto, o sucesso desse processo depende de uma condução criteriosa, com o cardiologista como a pedra angular. Sua experiência e acompanhamento garantem que cada passo seja dado com segurança, ajudando o paciente a recuperar sua saúde física e emocional. 

Se você passou por um infarto e deseja retomar as atividades físicas, consulte seu cardiologista. Com planejamento adequado, o exercício será um aliado poderoso para sua saúde e longevidade. 

Max Lima é especialista em Clínica Médica.



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