G1 MT
Os três líderes indígenas da etnia Nhambiquara, presos na Operação Ybyrá na reserva Sararé, em Conquista do Oeste, a 570 km de Cuiabá, nessa quarta-feira (4), recebiam pagamentos e benefícios para liberar a exploração da reserva, segundo a Polícia Federal.
Durante a operação, também foram presos cinco madeireiros e encaminhados à delegacia da Polícia Federal de Cáceres, a 220 km de Cuiabá. Além disso, armas e documentos foram apreendidos.
Segundo a polícia, outros três suspeitos continuam foragidos.
A investigação começou depois de fiscalizações da Funai e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Ainda de acordo com a Polícia Federal, os índios tinham o controle das terras e recebiam pagamentos regulares e benefícios como manutenção em veículos, e litros de combustíveis para liberar a exploração nas áreas indígenas.
“As investigações apontam que madeireiros ingressavam na reserva durante o dia, cortavam a madeira e já deixavam no local pré-determinado para que à noite os responsáveis pelo transporte entrassem na área e carregasse a madeira sem que fossem flagrados pela fiscalização”, explicou o delegado Carlos D'Angelo.
A exploração realizada na região era da madeira nobre Aroeira, que tem o corte em áreas nativas proibido. No mercado, cada tora lapidada de Aroeira é vendido a R$ 300.
Segundo o delegado, o crime ambiental também passa por quem compra essa madeira, pois são eles que sustentam toda essa atividade criminosa.
“Temos os índios e os garimpeiros que lucram com isso, mas também temos os empresários que vendem e colocam esse material no mercado. São esses agora que procuramos identificar como complemento do cumprimento dos mandados de busca e apreensão”, disse.
As investigações continuam para apurar o destino dessa madeira ilegal. Os presos na operação devem responder por organização criminosa e crime ambiental.