Liz Brunetto
MidiaNews
Uma policial penal denunciou ter sido vítima de tortura durante um curso do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), no Recinto Carcerário da Polícia, em Cuiabá.
O GIR é o grupamento especializado da polícia penal, que tem como missão atuar em intervenções rápidas em recinto carcerário.
A conduta teria sido em represália a um boletim de ocorrência registrado pela denunciante, contra um membro da Polícia por importunação sexual.
Em um áudio ao qual a reportagem teve acesso, a suposta vítima relata os momentos e as ameaças feitas a ela por colegas.
“Me torturaram a noite passada, colocaram venda nos meus olhos e falaram que eu tinha registrado um boletim de ocorrência”, diz trecho do áudio.
“Bateram no meu rosto, queimaram o meu rosto com gás o tempo todo”, disse a mulher com medo de represálias.
Ela seguiu detalhando a suposta sequência de torturas e lamentou a conduta adotada pelos colegas. “Não sou criminosa, sou a vítima”, disse.
“Jogaram espuma, mais de dois vidros em mim, no meu corpo inteiro, queimaram o meu rosto, minha boca, porque eu registrei um b.o.”, disse.
Segundo a denúncia, ela foi alertada que seria colocada à “disposição da base” caso tivesse feito a denúncia.
Denúncia
Segundo a vítima, o registro do boletim de ocorrência aconteceu depois de vários episódios de importunação sexual.
“Eu fui fazer um Curso do GIR e registrei um boletim de ocorrência por importunação sexual, porque ele já havia passado a mão em mim, no meu corpo, e eu fiquei quieta”, disse.
A mulher diz que em outra ocasião foi espionada enquanto tomava banho e também teria se silenciado à época.
“Por último, ele abriu a janela para espionar a gente trocar de roupa pelada, fez comigo e com todas as fens lá da base. Todas elas foram coagidas para não falar a verdade”, afirmou.
A Polícia Judiciária Civil abriu um inquérito para investigar a denúncia e até o momento duas pessoas já foram interrogadas.
Outro lado
A Secretaria de Estado Segurança Pública se manifestou por meio de nota e disse que “já determinou a imediata suspensão do curso do Grupo de Intervenção Rápida em Recinto Carcerário da Polícia Penal”.
Um procedimento administrativo também será instaurado para averiguar a denúncia.
“O Governo de Mato Grosso reforça que não coaduna com nenhum tipo de abuso de autoridade ou assédio de qualquer natureza”, diz trecho de nota.
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detalhe 07/03/2023
Vamos aos fatos: A suposta importunação sexual ocorreu na data de 29 de novembro de 2022, foi devidamente encaminhado ao setor competente todos documentos pela Gerência GIR. A vitima buscou a delegacia da mulher e registrou o boletim de Ocorrência pedindo para apurar quem estava naquele local ora relatado e o caso esta sendo investigado e apurado. Quanto ao curso a vitima alega que sofreu tortura, sendo informações inveridicas e infundadas, inclusive alunos e alunas já declararam via rede social por videos declarando que não houve excesso e muito menos tortura praticada contra a vítima. Todos os alunos estão disposto a ser ouvido para esclarecer. Quanto o uso de spray de pimenta e lacrimogêneo, todo policial quando for fazer o uso deve na capacitação sentir o efeito para futuramente não se exceder, conforme orientação do fabricante e consoante a lei 13060/2014.A fase rustica de um curso especializado é natural o policial ser testado quando a parte emocional, física, e técnica por que o mesmo estará prestando o serviço a sociedade contra motins, rebeliões, recapturas e etc. As investigações devem prosseguir e a denuncia deve ser apuradas cabendo o ônus da prova de quem acusa.
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