BARRA DO GARÇAS 00:00:00 Terça-feira, 15 de Outubro de 2024

POLÍTICA Quarta-feira, 30 de Junho de 2021, 14:13 - A | A

30 de Junho de 2021, 14h:13 - A | A

POLÍTICA / proposta do zoneamento

Em sessão da ALMT, população de São Félix diz ‘Não’ ao Zoneamento Socioeconômico

Reunião da Comissão Especial do Zoneamento Socioeconômico Ecológico de Mato Grosso foi realizada na noite desta terça-feira (29), na Câmara de São Félix do Araguaia.

Naiara Martins
Assessoria de Comunicação



A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realizou na noite desta terça-feira (29), na Câmara Municipal de São Félix do Araguaia, a 734 km a Nordeste de Cuiabá, a quinta reunião ordinária da Comissão Especial do Zoneamento Socioeconômico Ecológico de Mato Grosso (ZSEE). Os trabalhos foram conduzidos pelo presidente da comissão, o deputado estadual Dr. Eugênio Paiva (PSB), e contaram com a presença dos parlamentares Carlos Avallone (PSDB), Valmir Moretto (Republicanos), Ondanir Bortoloni (PSD), e Gilberto Cattani (PSL), além da participação remota dos deputados federais Carla Zambelli (PSL/SP) e Vitor Hugo (PSL/GO). 

De maneira simplificada, o Zoneamento Socioeconômico Ecológico (ZSEE) é um instrumento de organização territorial, que entre outras ações, deveria garantir tranquilidade ao setor produtivo, no sentido de disciplinar a ocupação territorial sustentável do Estado. Diferente disso, a elaboração do documento tem gerado uma série de protestos e a indignação do setor econômico, que questiona o engessamento de regiões inteiras, como o Vale do Araguaia e do Guaporé. 

“A tecnologia produtiva está no ápice do desenvolvimento. O Araguaia está no ápice do crescimento. Temos empresas se instalando, a ferrovia está chegando à Água Boa, o setor produtivo está crescendo, gerando emprego, renda e agora, quando estamos explodindo, querem barrar nosso avanço? Agora dizem que não podemos produzir? Agora querem nos relegar à um modelo de produção arcaico e insustentável? Quero dizer que a Casa [Assembleia] está 100% sensibilizada e da forma como está, o zoneamento não passa! Não vão parar o Araguaia!”, protestou Dr. Eugênio, que entre outras críticas, aponta para a incapacidade do Governo do Estado em definir uma proposta equilibrada para o manejo das áreas. 

A elaboração do zoneamento está à cargo da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (SEPLAG), que já admitiu em reunião ordinária da Comissão Especial, sobre a necessidade de o Governo do Estado viabilizar a contratação de corpo técnico especializado para análise e revisão da atual proposta do zoneamento. 

Para a presidente do Sindicato Rural de São Félix do Araguaia, Daniela Caetano, a atual proposta remete à um modelo de produção ultrapassado, sem lastro cientifico e totalmente insustentável. 

“Um zoneamento socioeconômico coerente, precisa estar embasado no viés econômico, ambiental e social. O que vemos é um projeto sem qualquer propriedade técnica, redigido dentro de gabinete e que retrata o total desconhecimento do Governo do Estado sobre o Araguaia. Nós não nos reconhecemos nesse estudo. Ele não possui lastro cientifico. É zero sustentável. Restou para o Araguaia o subgrupo da pesca, da pecuária e do turismo. Somos muito maiores que isso. Produzimos muito mais do isso”, criticou Daniela Caetano. 

A prefeita de São Félix do Araguaia, Janailza Taveira, destacou o momento econômico atravessado pelo Araguaia, que se tornou a principal região de interesse para investidores em Mato Grosso. “Estamos vivendo uma verdadeira explosão econômica no Araguaia. Diariamente somos sondados sobre a vinda de novas empresas, sobre a disponibilidade de áreas para venda; também produzimos commodities para o Brasil, e também somos referência no turismo internacional. Tenho certeza, de que, da forma como está, o texto não passa. O governo terá o bom senso necessário”, defendeu Janailza. 

ENTENDA - A primeira versão do Zoneamento Socioeconômico foi aprovada em 2011, quando o Ministério Público Estadual (MPE) propôs uma Ação Civil Pública para suspender a lei 9.523/11 que disciplinava o texto. Entre as principais polêmicas está a ausência de estudo técnico e previsão orçamentária para o pagamento de indenizações aos produtores, que seriam impedidos de manter a produção em determinadas áreas; a redução de áreas para manejo ambiental; o impedimento de atividades de mineração em áreas já licenciadas e em exploração; a impossibilidade de acesso ao crédito rural, gerado pela ausência de segurança jurídica, e o embargo à comercialização dos produtos oriundos destas áreas. 

Além dos deputados estaduais Dr. Eugênio Paiva (PSB), Carlos Avallone (PSDB), Valmir Moretto (Republicanos), Ondanir Bortoloni (PSD), e Gilberto Cattani (PSL), também participaram a prefeita de São Félix do Araguaia, Janailza Taveira; os prefeitos Marcilei Mansão de Bom Jesus do Araguaia; Zé Maranhão de Alto Boa Vista; Márcio Baco de Cocalinho; Elson Mará de Serra Nova Dourada; Daniel do Lago de Porto Alegre do Norte; Parassu Freitas de Luciara; a presidente do Sindicato Rural de São Félix do Araguaia, Daniela Caetano; o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Marcos da Rosa; o ex-deputado estadual Baiano Filho, os empresários Édio Brunetta e Ernando Cardoso, vereadores e lideranças locais.

Álbum de fotos

Assessoria

Assessoria



Comente esta notícia