Allan Mesquita
Folha Max
O governador Mauro Mendes (DEM) admitiu que pode ter que adotar medidas ainda mais drásticas para conter o avanço do novo coronavírus em Mato Grosso. As perspectivas para o mês de março são de aumento de casos e mortes pela Covid-19, bem como a superlotação das unidades de saúde por pessoas infectadas.
Nesta semana, o governador adotou um “mini lockdown”, com todas as atividades não essenciais fechando às 19h00 e com toque de recolher entre às 21h00 e 5h00 do dia seguinte. A medida, de acordo com Mauro, não agradou empresários – que defendem a abertura do comércio – nem especialistas – que querem a quarentena obrigatória durante todo o dia.
“O Governo buscou um equilíbrio. Queremos dar um chacoalhão na população para que elas compreendam que o que está acontecendo em Mato Grosso é grave. É para alertar que o vírus só circula através do contato entre as pessoas e é necessário redobrar os cuidados das medidas não farmacológicas”, colocou o chefe do Executivo em entrevista à TV Centro América.
Mauro Mendes destacou que outros Estados tomaram medidas ainda mais drásticas que as anunciadas aqui. “O fecha tudo traz consequências muito ruins para a vida das pessoas e para a economia. Estamos tentando fazer tudo que é possível para evitar tomar medidas ainda mais duras do que estas que tomamos na segunda-feira”, assinalou.
Segundo o governador, o momento não é apenas dos governantes buscarem abrir leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), mas também da população dar sua “cota de sacrifício” para evitar a propagação do novo coronavírus. “Todos têm que dar uma parcela de contribuição para que a gente possa salvar centenas, milhares de vidas. Todo mundo já sabe o que tem que fazer e agora é preciso fazer”, alertou o governador.
UTIs
Na entrevista, o governador também falou da dificuldade em abrir novos leitos de UTIs. Segundo ele, não basta apenas espaços físicos e equipamentos para que novos leitos sejam abertos.
“Mas o que está acontecendo é que não estamos mais conseguindo profissionais habilitados para assumir essas UTIs”, disse o governador, listando que são necessários médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros profissionais de saúde.
Ao final, o governador colocou que chegou a autorizar o secretário de Saúde a contratar profissionais de fora, “até mais caro”, para poder abrir novos leitos de UTI.